Quinta, 17.
Cólera por todo o lado : Haiti, Barcelona,
Hong Kong, Tunísia, Catalunha, Guiné e passo. Os políticos andam tão obstinados
nos seus jogos habituais, que não se dão conta que o mundo tal como eles o têm
orquestrado está a mudar por força de uma maior consciencialização colectiva.
- Todos os olhos estão postos na Catalunha. Para amanhã está anunciada
greve geral e milhares de pessoas das províncias mais importantes marcham sobre
Barcelona em defesa dos inocentes presos em nome da democracia e da liberdade
que querem para a Catalunha. O pequeno primeiro-ministro já disse que vai
actuar com energia. Não a dele, pobre coitado, que a não tem, mas a do exército
e polícia. Forte com os costados quentes. Seja como for, os catalães estão no
caminho da vitória e é no seu país que se joga uma vez mais a interessantíssima
vitalidade que arrastará outros povos. Pelo que me toca, estou tão farto desta ronceirice
demagógica, articulada, desta morte-vida, que os burocratas corruptos de
Bruxelas nos impingem. Empobrecemos enquanto eles enriquecem, calamo-nos
enquanto eles gritam, somos humilhados enquanto eles exibem a arrogância
grosseira dos novos-ricos.
- Estive na exposição do Carlos Rocha Pinto de onde acabo de chegar. Boa
impressão. Um retorno ao vigor dos anos ´70 e´80. Se a saúde lhe permitir, espero
que permaneça o grande artista que sempre foi. A ela retornarei para a ver sem
aquela avalanche de gente de hoje.
- Hoje é Dia da Pobreza. Forma hipócrita para a esquecer ou manipulá-la.
Há quantos anos, só em Portugal, existem escondidos 2,5 milhões de concidadãos
dos políticos e governantes, das centenas de instituições existentes, com seus
servidores bem pagos ao mês. Não me façam rir.