Segunda, 28.
Grande abada levou Juppé! Para mim
previsível. Nunca o considerei uma pessoa honesta e conheço o suficiente dele
para manter a minha posição. François Fillon foi correcto, franco, sério,
espontâneo, com ideias claras e leal nos propósitos liberais que quer para a
França. Só não sei se os franceses entenderam o que os espera com ele na
presidência.
- Deixemos de lado a moda das Primárias, vejamos as verdadeiras
eleições. O quadro não é nada prometedor. A Frente Nacional parece sólida e
unida e a direita conservadora arrastou-se em massa para Fillon. Resta a
esquerda, em França como por todo o lado, dividida, agrupada em torno de um
ideário falhado, de pessoas gananciosas, incompetentes e ensandecidas. Vai ser
obrigada a votar, humilhada, em François Fillon contra Marine Le Pen. Entre um
e outra, venha o diabo e escolha. Do lado dessa esquerda caviar e champanhe,
perfilam uma série de multívolos que não hesitam em vender o pai e a mãe para
conseguir os seus miseráveis intentos. Nesta altura, nada mais nada menos que
umas cinco ou seis personagens qual delas a pior. Sem contar com Hollande que
se vê atacado no interior do seu próprio partido, com o nervino Manuel Walls a
disputar-lhe o lugar e um score de menos de dez por cento de estima popular.
Mesmo assim, eu acho que o pobre homem vai recandidatar-se. A pobreza humana a
que chegou, não lhe permite enxergar-se. Um tipo que contrata, a apensas do
Estado, um cabeleireiro por 10 mil euros/mês para lhe tratar as farripas, é
capaz de tudo. O socialista que no poder fez em tudo o contrário do que
prometeu, só merece o desprezo dos seus concidadãos. Dir-me-ão que interessa
isso da careca do infeliz, responderei o homem, ele e todos nós, somos um todo.
Tudo se interliga, tudo nos engrandece e empobrece. Cada gesto é parte de uma
multiplicidade de outros gestos. Para não falar do organigrama social que se
apoia no capital como único recurso da dignidade humana. O desastre da
esquerda, foi ter embarcado na loucura da direita, servindo-se dos mesmos
esquemas, mentiras, jogos de poder, subserviência ao imperialismo americano que
quer conquistar o mundo e arrastar multidões para a pobreza e a escravatura,
descaracterizar os povos, torná-los semelhantes a pulgas construídas em
laboratórios, de que a globalização, a União Europeia, os contratos comerciais,
são a pura demência de uma política que tem vindo a ser implementada com a
esquerda de joelhos a aplaudir.
- Mas o faz-de-conta está em todo
o lado. Quem não alinha sofre as consequências. Isto de ser independente, é
terrível. Possuir as suas próprias ideias, pensar pela sua cabeça, dizer
corajosamente aquilo que se pensa, não é para os nossos dias. Viver isolado,
centrado nos valores que dimensionam a existência e são na solidão a génese do
futuro, obriga à desistência do pacote correspondente de facilidades e
cumplicidades, amizades pervertidas e interesses de agremiação. Para mim, o
pior de tudo é mentirmos a nós mesmos. Veja-se o caso do futebol - não só na
Liga Inglesa -, onde a homossexualidade está materializada não nos afectos,
prazeres consentidos e saboreados, mas no submundo que organiza a frustração,
encolhe o desejo e subverte pelo abuso contra rapazes indefesos e gananciosos
da fama saloia que o futebol oferece como saída à miséria e à pobreza. Alguns
jogadores de renome que ousaram expor a sua sexualidade foram de tal modo
insultados, ostracizados, achincalhados que encontraram no suicídio a saída ao
martírio. O futebol inglês conhece os seus nomes. Outros, famosos, pelo seu
comportamento, aquilo que escondem exibindo, denunciam o que eles não têm
coragem de nomear e seria de grande proveito para a comunidade homossexual. O
grupo de raparigas contratadas para disfarçar o óbvio, os amores fantasiosos
que os dão como os maiores machos do mundo, as ligações suspeitas que os filhos
feitos no esconso da alma pontuam de falsidade, a exibição do corpo como
objecto de atracção e sedução, tudo isso e o que sobra de tristeza que a fama e
o proveito monetário disfarça, são a fotografia de um universo onde corre a
lama que suja toda a corporação desportiva.
14,55 – Acabo de receber o pedido de publicação
neste blogue, feito pelo Dr. Domingos Braga da Cruz, médico no Hospital da
Prelada, no sentido de encontrar algum dador de sangue, do tipo O Rh negativo, para um desportista de
15 anos, em estado muito difícil. Se algum dos meus leitores estiver ou
conhecer alguém com capacidade para dar vida a este rapaz, ficamos todos muitíssimo
gratos. Contacto 96 977 65 49.