sábado, agosto 31, 2019

Sábado, 31.

No artigo que escreveu para o Expresso, José Sócrates mostra como continua ressabiado e contundente para com o seu amantíssimo partido e António Costa. Ufana-se com a “primeira maioria” que os socialistas alcançaram em toda a sua história democrática. Dito de outro modo, eu sou o maior e vocês reduzam-se à insignificância ante a minha proeza. Ele se não estivesse prisioneiro da raiva e do ódio, estaria calado, os olhos postos no mar da Ericeira, meditando sobre a ruína de si próprio e no feito de António Seguro que apesar da sua governação mafiosa, conseguiu ter um bom score que permitiu depois a Costa atirá-lo borda fora. E devia também pedir desculpa aos portugueses que são pouco esclarecidos em muitas matérias incluindo a política, que se deixaram seduzir pelas piruetas falaciosas que sua excelência montou para conseguir a maioria. Maioria que eu espero nunca mais volte ao delírio dos governantes; assim como desejo que quando Costa se for, não tenhamos a série de crimes económicos que Sócrates deixou rubricados no exercício do poder.


         - António Vitorino elogia o trabalho de Passos Coelho. Eu já o fiz aqui e por diversas vezes. Lamentei e lamento que ele tenha querido ser, sob muitos aspectos, mais papista que o papa e não tenha tido em conta a manifestação que reuniu só em Lisboa um milhão de pessoas. Mas já na distribuição do esforço económico-financeiro, foi equitativo e tocou em todas as classes sociais. Fez um trabalho notável de esforço e dedicação para repor o país nos carris do equilíbrio que José Sócrates destruiu ao abotoar-se e ao deixar que outros fizessem o mesmo. Na magia que Centeno fez imitando o seu patrão de forma a equilibrar o deficit, não creio minimamente. Ele governou para Bruxelas e agora Bruxelas devolve-lhe a proeza em cargos e honrarias. A astúcia financeira que carregou de impostos os portugueses, reduziu a eficácia do Serviço Nacional de Saúde, piorou o ensino, desinvestiu nas obras públicas, nos transportes, na relação do cidadão com a administração pública, na redistribuição do dinheiro a conta-gotas é um programa demasiado nocivo que deixou na mesma condição de pobreza dois milhões e meio dos nossos concidadãos e milhares de reformados e pensionistas a viver na miséria ou no limite da decência. Com uma nota muito pessoal: Passos Coelho não se vergou aos broncos do futebol.


         - Este é um país de contrassensos. Repare-se na baralhação que vai nos diferentes canais de TV, com particular responsabilidade na RTP1. Uns dias fazem emissões a que chamam de “serviço público”, aconselhando a evitar os doces, a gordura, o álcool, o sal e assim; outros dias, quando não todos os dias, propagandeiam em programas de gastronomia, concursos “a nossa óptima cozinha mediterrânea”, feiras de produtos que enchem pratos que traduzem a autêntica bomba calórica que se vê de Norte a Sul do país rebentada nas barrigas monstruosas, nos rostos redondos e anafados, com aqueles papos de abade, corações assustados e em dificuldade de bater ao ritmo certo, por excesso de colesterol e diabetes, açúcar e condimentos. A maioria dos produtos que eu vejo a brilhar de unto, nunca os provei e alguns nunca os conheci. Onde irá já a nossa cozinha portuguesa simples, boa, com base nos legumes, nas sopas sólidas, no bom pão, azeite, peixe, tudo sem aditivos, digestiva e salutar! Estamos quase alinhados por aquilo a que os saloios e pretensiosos chamam a cozinha internacional.


         - Devido a um excesso de natação, estou com uma dor na anca esquerda que me impede de fazer a minha tradicional meia hora de piscina. Portanto, repouso. Vou aproveitá-la para aspirar o tanque, mais a mais porque ontem andou aí o Brejnev e deixou o espaço em redor da casa num brinco, sobrando-me folga para fazer... simplesmente nada. Oh!

sexta-feira, agosto 30, 2019

Sábado, 30.

Um artigo curioso saído hoje no Público, dá conta do estudo publicado na revista Science sobre o que é isso de ser homossexual. Este mistério, não pára de inquietar médicos, psiquiatras, sociólogos, Igreja e... polícia de costumes. À conta deste interesse que eu ia a dizer mórbido, foram assassinados milhões de homossexuais, outros ainda hoje vivem na clandestinidade, muitos milhões morreram sem terem conhecido o amor que o seu corpo e mente tanto aspiravam e necessitavam. 477 mil indivíduos entraram nesta investigação, foram consumidos anos de pesquisa, fora aqueles do século passado. E no final a conclusão é ainda vacilante: não há um gene gay. O que parece haver é factores genéticos e ambientais, quer dizer, de relacionamento que muram a actividade sexual em círculos restritos iguais. O que parece impossível é prever o comportamento sexual a partir do genoma da pessoa. Podem, portanto, os gays gritar pelo seu orgulho – que eu, fracamente, não sei o que é – escudados pela abertura social e a defesa das leis. Mas, se me fosse autorizado ter uma palavra e um conselho sobre o assunto, diria que se defendam das aparências – a sociedade, apesar do esforço da moral na tolerância, é ainda retrógrada e quando a oportunidade se apresentar actuará como fizeram no século passado os nazis e antes a Inquisição.


         Hitler, que tinha nas suas hostes muitos generais homossexuais que o ajudaram a subir ao poder e mais tarde os mandou assassinar, soube trabalhar nas experiências médicas conducentes à pesquisa do gene hereditário. Na tristemente célebre “Noite da Facas Longas” que o Terceiro Reich pôs em marcha, atirou os primeiros infelizes à fogueira. Seguiram-se milhares de outros queimados no Campo de Buchenwald, castrados, reduzidos ao cativeiro, às experiencias de Himmler. E mesmo depois da barbárie, a Segunda Grande Guerra terminada, as suas técnicas permaneceram, os homossexuais ficaram nas cadeias, eram insultados, abusados, maltratados, e só nos anos Setenta as leis foram alteradas de modo a dar liberdade ao corpo de amar de forma que a felicidade se instalasse nos sentidos, no coração e na harmonia dos dias. Contudo, muitos os espectros ainda não saíram dos armários.


Quer em Buchenwald, quer em Auschwitz-Birkenau que eu visitei,  os testemunhos não faltam. 



quinta-feira, agosto 29, 2019

Quinta, 29.

Terminei Pascal. Forma de dizer porque em verdade são tantas as notas à margem, tantos os sublinhados, tanta a inquietude em cada página que necessito de vários meses para reflectir e me levantar do impacto que a sua leitura provocou em mim. T.S. Eliot diz algures num ensaio (cito de memória) sobre Blaise Pascal, que somos nós que temos de nos moldar ao seu pensamento e não o contrário.


         - Brito brilhante ontem na Brasileira. Que memória prodigiosa aos 94 anos! Ele sozinho enche uma manhã.


         - Não perdoam aos motoristas de matérias perigosas terem ousado constituir-se num sindicato onde a Intersindical não mete o bedelho. Querem agora, depois da sua constituição e aprovação, erradicá-lo. O patético orador dos patrões, sobre a próxima greve a acontecer já no mês de Setembro, diz que é uma “greve impactante”. Eu, utilizando o seu português de doutor formado em leis , direi que o que é “impactante” é a afronta à liberdade e aos direitos dos trabalhadores. E o seu jogo. Itus et reditus.


         - A propósito da esmola choruda de Chou Chou ao Brasil, anunciada como o êxito do seu trabalho na organização do G7, apetece-me dizer ao excelentíssimo senhor que é dever da França, dos Estados Unidos e dos outros países ricos, pagarem mais porque poluem mais. 

terça-feira, agosto 27, 2019

Terça, 27.
A estupidez é um dos pilares da comédia humana. E entre eles aquela da primeira-dama acrescenta um toque de ridículo. Entre nós o primeiro a romper com essa espécie de demonstração de supremacia classista, honra lhe seja feita, foi Marcelo Rebelo de Sousa. O homem está acima dessas promoções passageiras e não precisa de carregar às costas nenhum consorte. Como já antes Sá Carneiro. Mas se pensarmos em Trump, Macron, Bolsonaro, (que deve ter três primeiras-damas), Cavaco Silva ou qualquer chefe de estado de qualquer país africano, temos a primeira-dama, esposa de sua excelência, isto é, a primeira sem rivais que a ofusquem. Dito de outro modo, a primeira com milhões de outras em segundo plano, espécie de damas da corte republicana e democrática do senhor omnipotente que é o seu excelentíssimo esposo.

         - Da cimeira dos G7 saiu pelo menos a decisão de os sete ricaços contribuírem com 20 milhões de dólares para a Amazónia. Bolsonaro recusou de imediato dizendo: “Usem-nos para reflorestar a Europa.” Temos homem.   

         - Lisboa está insuportável. Ontem, na estação de metro Baixa-Chiado, tive que ajudar três estrangeiros a desenvencilharem-se da máquina dos bilhetes. Primeiro, um espanhol, depois um imenso negro inglês e quando já pensava que estava livre e havia passado a barreira para ir à minha vida, ouvi chamar por mim. Voltei a entrar e fui acudir um casal de franceses que já havia perdido umas quantas moedas. Que grande poliglota me saíste!


         - Contrariamente ao que dantes fazia com frequência, desta vez voltei a escolher o barco para desembarcar no Terreiro do Paço e seguir depois pela Rua Augusta a penates até ao Chiado. O espectáculo é sinistro: ruas imundas, a praga dos turistas por todo o lado, obesos exibindo peitaças peludas, ventres inchados, aqui estou aqui me tens, a má educação e a vulgaridade exibida como troféu promocional de quem possui uns tostões para viajar, quer dizer para se deslocar do seu bairro lá longe e estatelar-se ao sol aqui, verdadeiros imbecis, zumbis sem sensibilidade nem ponta de estética, acompanhados de maitresses hediondas, que falam alto, chineses, franceses, espanhóis, alguns amerloques em calções, à mistura com os Tuk Tuk, as trotinetas, que nos atropelam ao passar, numa desordem terceiro-mundista, uma desumanidade que não tem em conta o outro nem merece um simples olhar. Portugal, pobrezinho, precisa desta gente.  

segunda-feira, agosto 26, 2019

Segunda, 26.
Claro que estou de acordo com António Costa quando diz que o Brasil precisa de solidariedade e não de sanções. Não o faço por amor ao acordo dito Mercosul, mas porque a floresta amazónica e seus recursos e habitantes, têm de estar em primeiro lugar nas preocupações de qualquer governante. E muito menos pelo seu Presidente que, já os incêndios deflagravam em várias frentes, entretinha-se com efabulações odientas e julgava 40 bombeiros suficientes para extinguir o fogo! De duas uma: ou Jair Bolsonaro é incompetente e irresponsável ou é ardiloso e a sua descontracção leva-nos a pensar que esconde crimes e intenções que os seus adversários o acusam de ter. O seu gesto no mínimo bizarro, fez com que o lado da Amazónia boliviana esteja também a arder.

         - Também estou absolutamente de acordo com Vasco Pulido Valente quando afirma que “o salazarismo foi uma ditadura clerical e nunca, desde o princípio ao fim, um regime fascista”. Isto a propósito do museu que a Câmara de Santa Comba Dão quer erigir ao seu conterrâneo e que eu não vejo mal algum. Salazar, praticamente, só atacou os comunistas, deixando todos os outros opositores sem grandes nódoas. 


         - Momentos sublimes a escutar A Sagração da Primavera na direcção de orquestra de Andris Nelson, directamente de Leipzig!  

domingo, agosto 25, 2019

Domingo, 25.
José Cid ganhou o grammy Latino. É merecido. O homem é extraordinário, excelente músico, cabeça desempoeirada, livre de espírito, desalinhado qb. Fomos colegas no Camões, em Coimbra. Enfim, forma de falar, porque na verdade duvido que ele tenha concluído o sétimo ano de liceu. Raramente o via no lar do colégio já doido pela música e a banda que julgo tinha nessa altura. Mas disto e muito mais já aqui falei. As suas canções são imortais. Sobretudo quando comparadas com as que do Festival da Canção de uma mediocridade alarmante, que já não passam em lado nenhum nem são trauteadas por ninguém.

         - A propósito. Outro dia, ao serão, tendo adquirido num alfarrabista um CD de Zeca Afonso, talvez das primeiras coisas que ele cantou, Fados de Coimbra, para a etiqueta Orfeu, passei um momento sereno com o coração em frémitos de emoção. Na realidade, enquanto o escutava, tinha vinte anos, subia e descia as ruas estreitas da Cumeada à Baixa da cidade, lavava os olhos no rio Mondego, sentava-me num café frequentado por Torga e Lentes da universidade, mergulhava no bairro dos chineses, naquele labirinto de lojas minúsculas que serpenteia uma vasta zona do centro e me deixou ao fim de muito caminhar colado à igreja de Santa Cruz. Depois veio o domingo, um dia abafado de calor, quando decidimos, eu e mais dois camaradas, tentar estrearmo-nos nos prazeres da carne que se ofereciam por pouco dinheiro no Terreiro da Erva. As casas escuras, de cortinas rotas, com escadas de madeira carcomida, a sala de espera com algumas fotos das mulheres de “vida fácil”, aquela atmosfera de homens gordos, vermelhos de ansiedade, possantes de respiração de quem parece saltar-lhe o coração do peito, o odor merdoso, por fim o quarto que se desnuda, a cama, o suor em bica, o tremor do corpo, o colchão que divide os costados, o espanto, a incerteza, a ansiedade, a pletora de palavras sussurradas, o vazio...

         - A Amazónia está a arder há duas semanas sem que Bolsonaro tenha feito o que o cargo o obriga a fazer. Ante os protestos das esquerdas que assumiram a defesa do Planeta, das ONG que proliferam por todo o lado, alimentadas por somas fabulosas que orientam a vida airada de muita gente; ante os avisos de Chou Chou que prometeu levar o caso ao G7, o Presidente, qual Trump brasileiro, alimenta desconfianças quanto às teorias do buraco de ozono na base do qual estão todos os exageros da humanidade. Eu estou de acordo. Fico do lado da esquerda que, perdidas as ideologias, abortadas as ditaduras, abatido Deus, com pouco ou nada que as distinga da direita, entregam-se agora à salvação da terra. Fazem-no, todavia, proclamando uma utopia. Viu-se isso na crise recente dos combustíveis. Imagine-se o que aconteceria se disserem aos portugueses que endeusam o carrinho, que o tinham de pôr de lado! Cada um combate nos nossos dias sem pensar, indo na enxurrada das notícias que por sua vez não se interrogam, servindo-se dos meios de comunicação como vasos comunicantes, alimentados pela indústria poderosa que compra a opinião pública através dos seus empregadotes destacados nos canais de televisão, junto dos políticos, dos parlamentos, etc. Porque a questão está a montante e não a jusante. Quem a esquerda devia atacar era a grande indústria, o consumo desenfreado, a produção inútil, a moda que se desmoda logo que aparece (para citar Jean Cocteau), a loucura da abastança, dos lucros escandalosos e criminosos, etc. etc.


         - Os nossos amigos chineses, mantêm a defesa da democracia invadindo todos os fins-de-semana as ruas de Hong Kong. Já chegam a dois milhões e meio. Primeiro começam pacificamente, depois enfrentam com denodo a carga policial e a violência instala-se. O que ali se passa, é fundamental para o futuro; não só para o seu, como para a sorte de todos nós. Vejo com orgulho que eles me leram... Pois já aqui preconizei a invasão das ruas e avenidas por manifestantes sentados no chão. É o que eles estão fazendo.

sábado, agosto 24, 2019

Sábado, 24.

Aviões luxuosos e absolutamente contrários à filosofia que apregoam e dizem poluir o Planeta, aterram em Biarritz para aquilo a que chamam a reunião do G7 (os sete países mais ricos do mundo). Do seu interior sai umas vezes um homem só de negro vestido, outras vezes acompanhado de uma mulher fraldiqueira que dir-se-ia vir a um encontro de fim-de-semana libidinoso. Para albergar toda esta gente olé olé, foram gastos 38 milhões de euros, alterou-se a vida de uma cidade, reduziram-se os seus habitantes ao refúgio das suas casas, o mar e as ruas, os hotéis e palácios, estão por conta deste rebanho de bons vivants que goza em pleno a vida à conta dos pobres, da economia de biscates, dos escravos, das negociatas e do brilho das lantejoulas! No final, como é costume, não sai uma única orientação que se veja. O mundo continua mas... mais miserável.

quinta-feira, agosto 22, 2019

Quinta, 22.

O Verão, este que nos afaga, traz-me as procissões que me levam de aldeia em aldeia, no andor das recordações felizes, aspergidas da água benta que o meu temperamento unge. Não me lembro de um estio assim tão adaptado à minha natureza, parecendo ser feito à medida do formato físico e psicológico, sedimentado nas características e na forma do meu corpo, onde cabe inteiro o meu espírito, tão pouco inclinado às disposições do sol, da chuva e do vento. Acordo levantado das nuvens da noite e varro o vinhedo com os olhos como quem lava o rosto e desço para tomar o pequeno-almoço, descalço, em boxers, t-shirt alva. Enfio umas alparcatas para regar e, entretanto, chega a Piedade com um saco de tomate, feijão verde e figos. Enquanto ela se ocupa do salão, eu tomo café no pátio e leio a aristocrata Virgina Woolf. “Não sei como tem olhos para ler tanto”, diz-me ela eternamente surpreendida. Mas lá fora, sob o disfarce fresco da manhã luminosa, transparecida do silêncio religioso que é a voz do Criador, sinto-me bem banhado do verde de mil tons que me abraça. O cuco vem logo de seguida saudar-me com o seu canto matinal e tudo à minha volta imiscui-se da ternura do instante alastrado ao resto da manhã que começa a aquecer sem ferir. A Piedade está na cozinha, a  tábua de engomar aberta, pronta para o gesto que me faz descer à adolescência das tardes desimpedidas ao remanso murmúrio do ferro transformando cada peça num objecto de arte tocado pela magia do calor. Black salta para os meus joelhos, mas fica pouco tempo alertado por um qualquer ruído que escapa aos meus ouvidos humanos. Perto do meio-dia, desço ao fundo do portão com uma cesta e a Piedade, para lhe devolver em maçãs reineta e marmelos os frutos que ela teve a amabilidade de trazer. O cabaz era grande, mas não chegou a despejar uma árvore. Agora (16,17) vou nadar meia-hora e continuar a ler estendido ao sol, a nudez do meu corpo devolvida à natureza, ao azul do firmamento, ao burburinho das folhas das árvores tocadas pela brisa, ao alento do vento varrendo todas as dores interiores e fazendo renascer dos silêncios o homem novo que este verão purifica todos os dias de castigos e mágoas.