Terça,
31.
O
senhor Robles do BE, demitiu-se do cargo de vereador na Câmara de Lisboa,
devido à bronca que não sai das televisões e das páginas dos jornais, concernente
a um prédio, em Alfama, que ele e a irmã compraram por pouco mais de 300 mil
euros em 2014 e três anos depois puseram à venda por... 5,7 milhões. Parece que
está tudo legal, não fora o facto de o pobre homem ter andado a pregar contra
os especuladores imobiliários. Aliás, este é um caso típico da coerência da
esquerda aqui como por todo o lado. A esquerda caviar e champanhe é incorrigível.
Alinham no sistema, mas em teoria.
- No pequeno espaço de chá do primeiro
andar do Corte Inglês, uma mulher toda produzida, com aquele aspecto de dondoca
tonta, estende o cartão do estabelecimento para pagar a despesa.
- O seu cartão – diz-lhe a empregada –
já esgotou o plafond.
- Ai, como
assim! Fiz compras a mais?
- Fez, mas é
isso que nós gostamos, que as clientes façam muitas compras.
A cliente
teve que pagar o consumo com o cartão Multibanco.
- Almoçámos no Zé Varunca, Trav. Mercês,
ao Bairro Alto: Vergílio, a sua vigilante, Irmão, João e eu. Não conhecia o
restaurante, mas gostei da serenidade e ambiente, da comida e do circunspecto
empregado que nos serviu. Conversa num tom cordato, abordando o lado simples da
vida, sem a complicação da política apenas aflorada. Gosto deste grupo, umas
quantas pessoas em vias de desaparecer do mapa civilizado e abordável da vida,
conhecedores e participantes de um tempo fabuloso, feito de experiências
colectivas, subordinado a um conceito de amizade que ainda hoje impera
grandioso no centro das sombras protectoras dos ausentes.