terça-feira, julho 31, 2018

Terça, 31.
O senhor Robles do BE, demitiu-se do cargo de vereador na Câmara de Lisboa, devido à bronca que não sai das televisões e das páginas dos jornais, concernente a um prédio, em Alfama, que ele e a irmã compraram por pouco mais de 300 mil euros em 2014 e três anos depois puseram à venda por... 5,7 milhões. Parece que está tudo legal, não fora o facto de o pobre homem ter andado a pregar contra os especuladores imobiliários. Aliás, este é um caso típico da coerência da esquerda aqui como por todo o lado. A esquerda caviar e champanhe é incorrigível. Alinham no sistema, mas em teoria.

         - No pequeno espaço de chá do primeiro andar do Corte Inglês, uma mulher toda produzida, com aquele aspecto de dondoca tonta, estende o cartão do estabelecimento para pagar a despesa.
         - O seu cartão – diz-lhe a empregada – já esgotou o plafond.
         - Ai, como assim! Fiz compras a mais?
         - Fez, mas é isso que nós gostamos, que as clientes façam muitas compras.
         A cliente teve que pagar o consumo com o cartão Multibanco.


         - Almoçámos no Zé Varunca, Trav. Mercês, ao Bairro Alto: Vergílio, a sua vigilante, Irmão, João e eu. Não conhecia o restaurante, mas gostei da serenidade e ambiente, da comida e do circunspecto empregado que nos serviu. Conversa num tom cordato, abordando o lado simples da vida, sem a complicação da política apenas aflorada. Gosto deste grupo, umas quantas pessoas em vias de desaparecer do mapa civilizado e abordável da vida, conhecedores e participantes de um tempo fabuloso, feito de experiências colectivas, subordinado a um conceito de amizade que ainda hoje impera grandioso no centro das sombras protectoras dos ausentes.