Quinta,
12.
País
sui generis o nosso! Está tudo a
rebentar pelas costuras, mas o Mágico envolto num sorriso maléfico, diz-nos que
somos os melhores da Europa, com PIBs, desemprego, aumentos salariais e das reformas,
modernidade e avanços tecnológicos de muita ordem como não sei há quantos anos acontecia.
É uma visão socialista, mas podia ser social democrática ou de direita, para o
caso vem ao mesmo. As greves multiplicam-se e até os juízes se juntam a elas,
mas não se passa nada; os comboios estão podres, mas continuam a circular; os
médicos renunciam aos seus postos nos hospitais, mas o ministro diz que é tudo normal; espera-se anos por uma operação, mas os doentes não estão a morrer;
os exames estão aos soluços, mas os alunos vão passar por inteligentes e cultos...
- Neste país maravilhoso, até aquele
que se governou em cheio chegando a Presidente da Comissão Europeia, com o seu
sorriso macaco exposto em todas as circunstâncias, chegado do limbo que o
reteve por algum tempo à espera que a antiga memória se apagasse, recomeça a
pouco e pouco como um fantasma vindo do Hades tenebroso, a emitir pareceres que
o povo atónito não imaginava mais escutar. Não tarda está Presidente da
República. Se sua excelência me permite um alvitre: atalhe caminho e arranje um
programa televisivo, é mais fácil e ainda por cima enriquece-o um pouco mais. Porque
anafado já está como o vi nos ecrãs. E até lhe fica bem assim parecido com
aqueles valentes homens do Norte, amantes do bom vinho e das carnes barrosãs.