quinta-feira, julho 12, 2018

Quinta, 12.
País sui generis o nosso! Está tudo a rebentar pelas costuras, mas o Mágico envolto num sorriso maléfico, diz-nos que somos os melhores da Europa, com PIBs, desemprego, aumentos salariais e das reformas, modernidade e avanços tecnológicos de muita ordem como não sei há quantos anos acontecia. É uma visão socialista, mas podia ser social democrática ou de direita, para o caso vem ao mesmo. As greves multiplicam-se e até os juízes se juntam a elas, mas não se passa nada; os comboios estão podres, mas continuam a circular; os médicos renunciam aos seus postos nos hospitais, mas o ministro diz que é tudo normal; espera-se anos por uma operação, mas os doentes não estão a morrer; os exames estão aos soluços, mas os alunos vão passar por inteligentes e cultos...


         - Neste país maravilhoso, até aquele que se governou em cheio chegando a Presidente da Comissão Europeia, com o seu sorriso macaco exposto em todas as circunstâncias, chegado do limbo que o reteve por algum tempo à espera que a antiga memória se apagasse, recomeça a pouco e pouco como um fantasma vindo do Hades tenebroso, a emitir pareceres que o povo atónito não imaginava mais escutar. Não tarda está Presidente da República. Se sua excelência me permite um alvitre: atalhe caminho e arranje um programa televisivo, é mais fácil e ainda por cima enriquece-o um pouco mais. Porque anafado já está como o vi nos ecrãs. E até lhe fica bem assim parecido com aqueles valentes homens do Norte, amantes do bom vinho e das carnes barrosãs.