sábado, julho 14, 2018

Sábado, 14.
Deambulando um pouco pelo meu antigo bairro, o que encontro é a pacatez de um tempo passado morto e enterrado. Por todo o lado, florescem os restaurantes, os famosos hostels, um desassossego enervante, uma vida falsificada. Os bares famosos de então, onde a vida marginal era uma festa, substituíram os nomes, foram decorados à maneira dos irmãos de Palma de Maiorca, toda a zona é um estaleiro a céu aberto. Inclusivamente na casa onde viveu José Maria Caetano e Laura Soveral com os filhos, os actuais proprietários, transformaram-na num cofre forte com a porta e as janelas chapeadas a aço. A Travessa do Jasmim morreu há uns anos quando a actriz a deixou para ir terminar os seus dias na Casa do Artista. Um horror! Que o actual Presidente da Câmara, de beiço decaído de admiração e subserviência a tudo quanto cheire a dinheiro, permite.

         - É sempre um delírio o encontro de Donald Trump com os seus parceiros da Europa. O homem é um negociante e não está ali para perder tempo com ideologias, palmadinhas nas costas e sorrisos macacos. Aquela personalidade de construtor civil, os iluminados da União Europeia, habituados a ronceira temática onde ninguém desafina, desconcerta-os, deixa-os a olhar uns para os outros, mudos. Antes estavam sempre de joelhos diante dos americanos, só eles eram iluminados, poderosos, agora sentem-se órfãos do seu apoio incondicional. Replicam de uma forma pelintra invocando apoios à América em situações de crise. Seja como for, o Presidente dos Estados Unidos, tem razão. De facto, andam todos a servirem-se do escudo americano à borla.

         - A Presidente da Croácia pagou do seu bolso a viagem à Rússia, a entrada no estádio, o alojamento na capital do Campeonato Mundial de Futebol. Comparando com os nossos sovinas políticos – ministros, secretários de Estado, deputados - que aproveitam todas as benesses que o poder lhes concede e ainda deitam mão aos corruptos gestores das grandes empresas, a Senhora faz figura de extraterrestre e qualquer dia é presa por... honesta.  


         - No Japão grandes tempestades mataram 200 pessoas. A capital ficou irreconhecível.