Sábado, 14.
Deambulando
um pouco pelo meu antigo bairro, o que encontro é a pacatez de um tempo passado
morto e enterrado. Por todo o lado, florescem os restaurantes, os famosos
hostels, um desassossego enervante, uma vida falsificada. Os bares famosos de
então, onde a vida marginal era uma festa, substituíram os nomes, foram
decorados à maneira dos irmãos de Palma de Maiorca, toda a zona é um estaleiro
a céu aberto. Inclusivamente na casa onde viveu José Maria Caetano e Laura
Soveral com os filhos, os actuais proprietários, transformaram-na num cofre
forte com a porta e as janelas chapeadas a aço. A Travessa do Jasmim morreu há
uns anos quando a actriz a deixou para ir terminar os seus dias na Casa do Artista. Um horror! Que o actual Presidente da Câmara, de beiço decaído de
admiração e subserviência a tudo quanto cheire a dinheiro, permite.
- É sempre um delírio o encontro de
Donald Trump com os seus parceiros da Europa. O homem é um negociante e não
está ali para perder tempo com ideologias, palmadinhas nas costas e sorrisos
macacos. Aquela personalidade de construtor civil, os iluminados da União
Europeia, habituados a ronceira temática onde ninguém desafina, desconcerta-os,
deixa-os a olhar uns para os outros, mudos. Antes estavam sempre de joelhos
diante dos americanos, só eles eram iluminados, poderosos, agora sentem-se
órfãos do seu apoio incondicional. Replicam de uma forma pelintra invocando
apoios à América em situações de crise. Seja como for, o Presidente dos Estados
Unidos, tem razão. De facto, andam todos a servirem-se do escudo americano à
borla.
- A Presidente da Croácia pagou do seu
bolso a viagem à Rússia, a entrada no estádio, o alojamento na capital do
Campeonato Mundial de Futebol. Comparando com os nossos sovinas políticos –
ministros, secretários de Estado, deputados - que aproveitam todas as benesses
que o poder lhes concede e ainda deitam mão aos corruptos gestores das grandes
empresas, a Senhora faz figura de extraterrestre e qualquer dia é presa por...
honesta.
- No Japão grandes tempestades mataram
200 pessoas. A capital ficou irreconhecível.