Sábado, 7.
Há
quinze dias que 13 jovens tailandeses permanecem numa gruta atulhada de água e
impossibilitados de sair. O alerta foi dado ao fim de uns dias sem notícias dos
rapazes que tinham partido com um guia budista de 25 anos a explorar uma montanha
rochosa no Norte do país. Gerou-se, entretanto, uma onda de solidariedade a
nível mundial e técnicos da área e outros, acorreram para salvar os jovens. É
uma corrida contra o tempo, dado que se esperam chuvas diluvianas das monções presentes
nesta altura do ano e, também, porque o oxigénio está a baixar aflitivamente. O
grupo tem entre 12 e dezasseis anos e, embora estivesse há uma semana sem comer
– apenas bebiam água que corrida das rochas -, aparentam bem-estar e até
esboçam um sorriso terno. A parafernália de equipamentos é tanta que
impressiona. Os cientistas estudam, ensaiam, forçam, mas para acudir aos
infelizes têm de percorrer seis quilómetros debaixo da terra para lá e outros
tantos de regresso à superfície Um dia inteiro de viagem! Um mais afoito,
morreu anteontem com falta de oxigénio. Deu a vida pelos adolescentes tal como Jesus
Cristo a deu por todos nós. O mundo, contrariamente ao que eu tenho tendência em
afirmar, não está tão mau e decadente como o quotidiano das nossas vidas nos
faz supor. Quando menos se espera, abre-se uma ilha de luz do interior dos negrumes.