segunda-feira, julho 23, 2018

Segunda, 23.
Ô vous, frères humains é a explanação de Albert Cohen sobre a sua infância, ou antes de uma criança de dez anos, nascida no seio de la bonne société. O livro não me lembro onde o comprei. O que é evidente é que ele foi pela primeira leitora (penso tratar-se de uma pessoa do sexo feminino pela letra e glosas) profusamente anotado, comentado, sublinhado até à página 35. A partir daí, silêncio. Nem uma linha a realçar até ao final das 213 páginas. Mais curioso: as anotações começam por ser feitas em francês (sem erros) e a dada altura aparecem palavras soltas em português. Registo esta ocorrência para mim misteriosa, porque traduz a colaboração e enriquecimento que o leitor traz à obra do artista. Não posso saber se esta leitora, tão entusiasta e contundente nas notas de rodapé de início desistiu da leitura, ou se pelo andamento prosseguiu sem precisão de se confrontar com o que ia lendo. Seja como for, a sua contribuição trouxe-me a mim segundo leitor, uma série de ideias que me ajudou a compreender o destino da criança e ao mesmo tempo a critica contundente de quem o leu antes de mim. Ao todo somos três os autores de uma obra de um tal Albert Cohen, nascido em 1895 e falecido em 1981.


         - A ameaça de guerra anda há muito a pairar sobre as nossas cabeças. É tudo uma questão de nada para que ela se instale no mundo e o faça desaparecer em minutos. Hassan Rohani, Presidente do Irão, disse há dias nas Nações Unidas umas quantas verdades que Trump não gostou de ouvir. Estas, por exemplo: "O governo dos Estados Unidos deveria explicar aos seus próprios cidadãos por que, após gastar milhões de dólares (...), ao invés de contribuir para paz e a estabilidade, só trouxe guerra, miséria, pobreza e um aumento do terrorismo e do extremismo à região." Depois aconselhou Trump “a não brincar com o fogo” porque em caso de conflito este seria “a mãe de todas as guerras”. Donald Trump que governa através do Twitter, respondeu: “Nunca mais volte a ameaçar os Estados Unidos ou sofrerá consequências como as que poucos sofreram antes na história.” E assim vamos aos 23 dias andados do ano da paz frágil.