Quarta, 30.
“Não
sabemos o que é o pecado, porque não sabemos o que é Deus.” Newman citado por
Julien Green (sem comentário). Justamente, segundo Gabriel Matzneff que
pertence à Igreja Russa, “chez les pretres orthodoxes leurs prédications sont
centrées sur la spiritualité, la théologie, non sur la morale”.
- Os nossos cangalheiros do PS e BE
não alcançaram levar-nos antecipadamente no caixão para a terra. Perderam a sua
obsessão de nos tirar a vida na votação de ontem no Parlamento. Dignifico mais
uma vez o PCP, que ousou votar ao lado do PSD e CDS contra o projecto-lei sobre
a eutanásia. Sobre a dor assistida, a morte digna, sem sofrimento, nem uma
palavra. Estes tipos, obcecados pelos valores ensandecidos dos partidos,
legislam com o mesmo à vontade e sobranceria como fizeram para a interrupção da
gravidez, a mudança de sexo e assim. Para eles uma vida é um pequeno
apontamento ao lado das suas grandiosas e importantes existências. Banalizam a
morte como banalizam os indivíduos no sofrimento em nome do qual dizem propor a
eutanásia. Verborreia pura, radicalismo insuportável. Sobretudo, quando nada
fazem para atenuar as dores daquelas e daqueles que, sem medicamentos e
assistência condigna, sofrem nos hospitais públicos. Aquelas duas damas da
esquerda irresponsável, são insuportáveis. Tudo fazem para chegar ao poder,
mesmo que para tal matem pelo caminho uns quantos eleitores que nunca votam
nelas.
- Eu penso que a maioria dos
portugueses começa a aperceber-se do logro do PS, da magia criada para os
enganar, da mentira disfarçada por certa imprensa às ordens dos subsídios para
isto e para aquilo. Um exemplo recente: o aumento de impostos nos combustíveis.
Primeiro disseram-nos que era intermitente, com descidas pontuais e assim.
Agora com a gasolina e o gasóleo a preços proibitivos, dizem-nos que não é bem
assim e só lá para o ano (com eleições) podem voltar a rever o assunto. Gozam
com o pagode, tomam-nos por idiotas, contam com o nosso esquecimento no dia da
votação. É este modo de governação, aceite como normal para os políticos, que
vai a pouco e pouco minando a democracia. O número de greves em muitos
sectores, é a revolta dos que se sentem enganados.
- Ontem ao serão, depois da leitura,
não subi para dormir. Tinha a Antena 2 em fundo e deixei-me ficar afundado no
sofá a haurir o momento absolutamente único que me levou a dar graças ao
Criador a vivência inusitada daquela hora transcendente, voluptas in tranquillitate.