Sexta, 4.
Irrompeu mais uma história de abuso dos
dinheiros públicos, melhor dizendo dos impostos que pagamos com língua de fora.
Os senhores deputados, descontentes com o salário que auferem, decidem dar
moradas de familiares vivendo na província profunda, portanto, longe do
Parlamento para auferirem suplementos de viagem e representação que somam
nalguns casos perto de três mil euros mês. Estas mordomias acho-as eu
inqualificáveis, tendo em vista que, por exemplo, os professores são obrigados
a ir trabalhar a centenas de quilómetros de casa sem ajuda de custos. Ninguém
obriga um qualquer cidadão a concorrer a deputado. Se o faz, dizem os inocentes
ou hipócritas, é por dever cívico. Portanto...
- Transcrevo do Publico: “Os políticos não conhecem nem o ódio nem o
amor. São conduzidos pelo interesse e não pelo sentimento.” Philip Chesterfield
(1694-1773). Já foi tudo dito lá para trás e os que nos (des)governam não
mudaram uma porra.
- José Sócrates não sai da ribalta por ter sido um socialista exemplar,
um primeiro-ministro competente, mas por ter feito uma monstruosidade à altura
da sua dimensão humana. Ana Gomes, lúcida e independente, a única que fala como
quem não deve não teme, diz que a saída de Sócrates do PS, é “estratégia de
vitimização” para colher louros mais adiante. Com efeito, o ex-militante que de
socialista não tinha um cabelo, entregou hoje o cartão ao partido. Carlos
César, o ilhéu presidente dos socialistas, diz ter “orgulho no contributo de
José Sócrates para o progresso do país” Du
n´importe quoi. Se ele afirmasse que o ex-executivo aproveitou-se do poder
que o país lhe conferiu para toda a sorte de caramboladas de corrupção,
compadrio, manobras políticas para si e para os afilhados, roubo e uma
extraordinária teia de interesses que atravessam o Atlântico, mostraria vergonha
do camarada que traiu a confiança que os portugueses nele depositaram e no partido
que deu rédea solta a um vígaro.