Quarta, 2.
O Reino Unido chegou-se com protestos,
flores e lágrimas aos pais do pequeno Alfie Evans, de 23 meses, a criança
herói, que lutou no hospital contra uma doença neurológica e os progenitores na
rua e nos tribunais para o levarem para Itália onde o Papa Francisco e as
autoridades italianas o queriam tratar no hospital do Vaticano. Uns dias antes
de morrer, os médicos desligaram a ventilação que o auxiliava. O pequeno Alfie
desafia todos os prognósticos e resiste por si só. Os pais argumentam que o
filho foi mal diagnosticado, a equipa médica que tudo foi feito para o salvar
e, portanto, era inútil e desumano para a criança prosseguir os tratamentos. A
justiça entrepôs-se em nome da lei decidindo o que era melhor para a criança e
não autoriza a saída para Roma. Não posso julgar, mas perante os dados que li
nos jornais, acho que era de toda a importância tentar uma derradeira chance.
Em casos como este, a arrogância da lei é tratar um caso singular como se fosse
um simples desvio às leis. Sempre considerei esta forma de governar um
atentado, uma aberração, uma forma ditatorial de impor a justiça humana. Oiço
centenas de vezes “é a lei” na voz dos insignificantes, dos funcionários públicos
que mais não são do que lacaios entediados à sombra dos vencimentos. Ninguém os
prepara para dizer “não” ou “sim” e muito menos para pensarem pela sua própria
cabeça.
- Segundo o Público de hoje, uma grande parte dos registos que culpavam
os responsáveis da tragédia dos incêndios, foi pura e simplesmente destruída.
Esta era a forma fascista e nazi de encobrir o que comprometia as acções
bárbaras dos seus dirigentes. O Governo de Costa e do PS, que nunca foram adeptos
da clareza e da transparência – como prova o recente caso Manuel Pinho, José
Sócrates e a criação de leis tendentes a separar o público do privado – aí está
a suplantar-se na intriga e no encobrimento que o fragiliza.