sexta-feira, dezembro 30, 2016

Sexta, 30.
O Presidente russo que habilmente geriu a guerra na Síria, acaba de anunciar que Damasco e oposição aceitaram negociar o fim da guerra. A este plano, ainda por cima, conseguiu arrastar os países vizinhos. O que deixou os americanos a falar sozinhos, eles que semeiam a desgraça onde se metem.


         - A gente chega a este país e é como se entrasse num mundo outro, algures num espaço sem movimento, fechado sobre si, imobilizado numa estratoesfera que nenhum cientista descobriu. Percebemos isso quando viajamos, quando estamos em contacto com outros povos e formas de ser. Aqui, desde a informação à governação, é tudo de uma sombria incapacidade, feito de coisas miúdas, comezinhas, de palmadas nas costas, num ritual de empregadas de limpeza que costumam encostar a vassoura, cansadas, para dois dedos de má-língua sobre as vizinhas. O discurso político é trica, indirectas, argumentação falaciosa, repetição de lugares-comuns, lengalenga que se arrasta por dias e meses, deslumbre por coisas insignificantes. O chico-esperto é aqui o rei que dá cartas e anuncia fortunas. Tudo o que escuto hoje, já ouvia antes do 25 de Abril de 1974.

quinta-feira, dezembro 29, 2016

Quinta, 29.

O que seria destas damas e damos votados à benevolência nesta quadra, se não existissem pobres neste pais? Se a esquerda que prometeu erradicá-los no tempo do outro senhor, tivesse concretizado o que garantiu fazer se um dia enxotasse Salazar e Caetano do poder? E o Estado que ganha com o IVA e não tem que se preocupar com eles porque conta com um batalhão de seguidores de Madre Teresa de Calcutá, humanitários cidadãos, e os supermercados que esgotam os stocks, e as madames aperaltadas à porta dos estabelecimentos comercias em peditório, com os filhos queridos tão novos já metidos no esquema?  Nenhuma destas criaturas é capaz de pôr em prática as palavras do Senhor: “Se queres ser perfeito, vai e vende os teus haveres e dá o dinheiro aos mendigos e terás um tesouro no céu. E depois segue-me.” (Mat. 19-21) Ao contrário, abrindo os braços, ouvimo-los num sorriso de satisfacção: “Abençoados os pobres! Venha a nós o vosso reino!” – dizem estes santos dos tempos modernos canonizados no altar da hipocrisia e dos canais de televisão.

quarta-feira, dezembro 28, 2016

Quarta, 28.
Por todo o lado, só ouço falar inglês. Enfim, qualquer coisa próxima disso. Se me insurjo contra o facto, não me refiro, evidentemente, a língua de Shakespeare ou de Nathaniel Hawthorne e de tantos outros que a enriqueceram. Penso na língua enchoiriçada dos negócios, aquela que não podendo impor-se pela cultura, deu a volta e apresentou-se sedutora de maços de notas nas mãos. É a linguagem prática, sem sustentação morfológica, com uma multiplicidade de significados que traduzem a mescla da construção arbitrária das frases. Esta Áustria onde me encontro, esqueceu depressa os seus grandes obreiros. No tempo Austro-Húngaro, o francês era a língua que exprimia a cultura. Stefan Zweig fala disso em O Mundo de Ontem. E depois há o célebre casamento entre Maria Luísa e Napoleão. É verdade que foi um casamento de conveniência pois Bonaparte teria preferido casar com Ana, irmã do Czar russo Alexandre, de quinze anos apenas. De conveniência, sim. Acima de tudo o que estava em causa era a transmissão de poder. Como a estéril Josefina não conseguia dar-lhe descendência, falhadas muitas outras hipóteses, surgiu a arquiduquesa Maria Luísa. O arranjo foi obra do genial primeiro-ministro de Francisco I, Metternich. Aliás o Imperador de França na sua linguagem primária para não dizer boçal, não escondia os seus intentos, chegando a afirmar: “É um ventre que eu escolho.” Deste modo, Maria Luísa é imperatriz de França. Virgem, fresca, bela e inocente. (Com o tempo, diga-se em abono da verdade, tornou-se naquilo a que hoje se chama uma ninfomaníaca.) Os laços entre os dois países nunca foram muito concordantes, sobretudo depois da derrota de Austerlitz. Com esta união o que havia em mente era estoirar com a aliança franco-russa. O que se passou a seguir todos sabemos. Os planos austríacos falharam, mas o casamento foi realizado. Napoleão Bonaparte que queria uma barriga de aluguer, acabou apaixonado; Maria Luísa que tinha partido contra vontade ao encontro do Imperador Bonaparte, findou de lágrima no olho quando o marido foi condenado ao degredo na ilha de Elba. Inclusivamente, o Papa Pio VII, por imposição de Napoleão que não tinha casado pela Igreja em 1804, foi impelido a realizar a cerimónia e, portanto, também não sai bem de tudo isto. Que termina em tragédia com o regresso da filha de Francisco ao país trazendo nos braços o filho de ambos, Rei de Roma, que os austríacos nunca aceitaram e até lhe chamaram “o ogre”. Na Capela dos Capuchinhos, deram-lhe um lugar insignificante, com direito a citação da descendência, mas de pai incógnito. Triste, muito triste!

         - Não falemos mais de coisas sombrias. Ninguém imagina porque isso é coisa íntima e não transmissível, o prazer que tive há instantes num café à antiga onde entrei para espreitar e acabei mais de uma hora diante de uma bica e de um Krapfen, espécie de Bola de Berlim com recheio de compota de alperce! Muito desta civilização absorveu-me em pensamentos e a atmosfera de então fechou-me em fios giratórios na sensação de outros tempos. Por isso eu digo, Viena é uma atmosfera, é um vago sentimento civilizado que está lutando contra a frivolidade dos tempos presentes.

         - Viena entrou de férias. À parte as lojas de souvenirs que continuam a laborar, todo o outro mundo dos negócios está de pousio. Poucos restaurantes abertos, lojas fechadas, supermercados, enfim, a agitação normal que atrai turistas e clientes locais alterou de repente  a capital. Fui a Brunnenmarkt cuidando que ali pelo menos havia vida. Um deserto. Estão lá a céu aberto ruas e ruas cheias de barracas fechadas, lojas disto e daquilo, mas só vi a funcionar o Macdonald´s e uma ou outra espelunca alimentar. É o Intendente por uma pena. À saída da Josefstaierstrasse passei entre um corredor de gente a drogar-se, depois do outro lado da estação, vagabundos abandonados à sua sorte. Pouca gente numa zona que me dizem animada fora destas férias natalícias. Da próxima vez que cá voltar, evitarei este mundo. O pior é que os museus seguiram o exemplo: normalidade só a partir de 30.     


         - Há um concerto que paguei um pouco caro, mas que valeu a pena. Refiro-me ao de Freddy Staudigl. Este artista toca magnificamente trompete a que junta os seus dons de organista. Resultado: Mozart, Bach, Schubert, Purcell e Johann Strauss na sua sensibilidade agigantam-se e chegam até nós no esplendor de um artista exímio.

terça-feira, dezembro 27, 2016

Terça, 27.
Há um sítio que não quero e não devo perder de maneira nenhuma: o Museu Klimt.  Fui lá no sábado, véspera de Natal, não pensando na quadra que vivemos. O museu fica um pouco recuado, para lá do Palácio de Schonbrum em cuja estação passei para chegar a Unit St. Veit onde saí. À superfície senti-me um pouco perdido, porque o que vemos é um lugar árido, de prédios, espaços desafogados e frialdade triste. Informei-me junto da única pessoa que vi e me deu instruções para subir uma ladeira, virar à direita para um bairro sossegado, com vivendas de porte e jardins, continuar lá no alto até ao fundo da rua que parecia não ter fim à esquerda e aí deveria encontrar o que procurava. Assim foi, de facto. Só que, depois de uma tal marcha, dei com o nariz na porta e outra alternativa não tinha que torcer os pés e iniciar a descida. Pelo caminho ia-me incentivando: anda strasse, coragem strasse, força strasse, porra strasse... Eis senão quando, vejo a subir a rua um tipo cópia do Frankenstein. Mudo de direcção, strasse, strasse não vá o diabo tecê-las! Enfim, chego ao ponto de partida, entro no metro strasse, passo as estações Braunschweigg, Hiezing, Schonbrum, Meiding Hapstrasse, Lãgenfeldg, Margaretengrtel, Pilgrang, Kettenbrucheng, Oper, Karisplaz, Stubentor e Landstrasse-Hauptstrasse! Completamente strasse, entrei espavorido num café, desamarrei a cabeça strasse e fiquei por largo tempo descomprimindo do strasse. Na próxima volto ao strasse, quero dizer, ao número 11 da Feldmuhlgasse. Gasse, Gasse! (Desculpe-me o leitor. Tenha em conta que bebi um tintito quente há instantes! Este texto é a prova provada do que pode o tintol!)


         - Na noite de Natal fui assistir à Missa de Galo na catedral, celebrada como é de norma pelo cardeal da Áustria, Chrisph Schonborn. Cheguei estafado do concerto na Church of Saint Jonhn the Baptist que foi excelente, muito superior àquele que aconteceu antes da missa em Santo Estêvão pelo Metropolitankirche St. Stephan. Pensei que devido aos atentados, teria de passar por controlos e mais controlos. Nada disso. Apenas uma fila interminável que devia chegar quase a Landstrasse para entrar. Passei à frente daquela multidão, transposta a entrada da igreja, esta estava praticamente plena. Furei, fui furando até às portas do altar-mor. Aí stop. Grupos de escuteiros não me deixaram transpor a fronteira reservada aos ilustres cristãos. Refilei em várias línguas para que me entendessem. Disse que ali era a casa de Deus e Ele não selecciona ninguém. Alguns sorrisos, ninguém falou. Mas tive que retroceder e ir procurar lugar onde pudesse ficar sentado. Encontrei um redondel em mármore que protegia uma coluna mesmo em frente do coro e de um plasma. Forrei com o cachecol e o gorro o assento, trepei para cima dele e fiz de conta que estava no cadeirão sacerdotal do celebrante. O ofício litúrgico aconteceu todo em alemão e muito abreviado no seu conteúdo tradicional. Para quê? Para que sua eminência pudesse fazer numa língua de lixa um sermão de meia hora. O homem, como quase todos os eclesiásticos, adora ouvir-se. Não posso ajuizar se falou com propriedade, admito que sim. Para nós, contudo, já revoltados com a exclusão, aquela melopeia ficou algo insuportável. Logo depois de o orador ter-se calado, ops! tudo se pôs a galope. De súbito, estávamos na consagração da Eucaristia, ainda salmodiei o Pai-Nosso e já os diversos concelebrantes se disseminavam para dar a comunhão aos fiéis. Felizmente que o metro esteve aberto até às duas da madrugada e eu pude alcançar o meu hotel um pouco antes dessa hora. Uma ressalva: se me revolto contra estas atitudes da Igreja, é porque elas são injustas e pouco cristãs. No Vaticano, antes do Papa Francisco, as pessoas que quisessem ficar sentadas nas filas próximas do altar-mor, tinham que pagar. Eu tive acesso porque uma amiga me ofereceu um convite. Aqui não sei se foi esse o caso. Seja como for, dentro da Casa de Deus não deve haver pobres nem ricos. Todos somos dignos e iguais diante de Aquele que nos fez e Ele fez-nos à Sua imagem e semelhança.


segunda-feira, dezembro 26, 2016

Segunda, 26.
A Rússia está de luto. Todos os músicos do célebre coro militar Alexandrov Ensemble à excepção de três que não embarcaram, pereceram num acidente de avião quando iam oferecer um concerto natalício aos soldados soviéticos em missão na Síria. Putin determinou um inquérito, mas tudo leva a crer que se tratou de um acidente.

         - A visita que fiz ao número dezanove da Berggasse, remeteu-me para algumas das minhas interrogações sobre o teoria freudiana. A casa onde viveu Freud, hoje museu mercê do muito que a filha Clara doou, situa-se num bairro calmo, com um pequeno jardim nas traseiras, elegante sem ser luxuosa. Era ali que o psicanalista recebia os seus doentes, estudava, lia e escrevia. A única sala que resistiu ao que foi, é a sala de espera onde também Sigmund Freud recebia colegas, escritores, artistas, mantinha serões animados de discussões. Foi lá que conheceu a charmosa Louise von Salomé, conhecida por Lou Lou, que seduziu uma parte do mundo artístico e cultural – Freud, Rilke, Niestzsche, este andou mesmo a bater com a cabeça nas paredes por ela e alguns mais. Einstein era visita assídua, as polémicas  prolongavam noite dentro. À parte o canapé e o conjunto dos quadros e demais mobiliário, todas as outras divisões estão vazias, oferecendo, contudo, ao visitante fotocópias dos seus escritos, algumas edições dos seus livros, os célebres totens. Eu li muito cedo o livro-revelação Psicopatologia da Vida Quotidiana. A partir dessa leitura, instalou-se em mim uma certa reserva quanto aos métodos de trabalho do grande homem. Mas isso é outra conversa que não cabe nestas páginas. Um filme de cerca de trinta minutos, apresenta a sua vida familiar, o cão e as visitas, quando Freud já sofria do cancro que o haveria de levar. É uma vidinha  pequeno-burguesa, com o seu quê de coisinha, o apoio da mulher e da filha, a reverência dos que chegavam para lhe fazer companhia, quando ele embrulhado em mantas se quedava no jardim da sua casa de Londres para onde imigrara quando fugiu à tirania de Hitler. Mas tem-se simpatia pela figura esguia, frágil, um pouco recuada de si, com o sentimento de saber o que é a vida e o que nos espera depois desta existência que ele tentou decifrar e explicar como parte de um todo cujos alicerces estão na infância e, sobretudo, na mãe. Mas Freud, como se sabe, sabia muito pouco da mulher.
A sala de espera do Dr. Freud

         - Green por uma vez. Falei aqui na pedra gravada da capela Julian Green com um texto escrito pelo escritor. Esse texto é de tal modo belo e impressionante, que vou traduzi-lo para que os meus leitores o conheçam e... o guardem.

         - Suponho que pouco ou nada falei do que por aqui se come. Grosso modo, não é a alimentação que me convém. À parte a doçaria que é excepcional de requinte e bom gosto, tudo o resto assenta em gorduras animais como o porco, a vaca, enchidos, cremes. Por exemplo, às vezes tenho necessidade de sopa, sopa como a que fazemos, com legumes que se mastigam. Pois aqui é impossível encontrá-la. Fui então a um restaurante que tenho em frente da janela do hotel e afixa “comida bio”. Perguntei que trazia aquela aguada passada a varinha mágica. Aparentemente só ervilha, couve, beterraba, batata. Que venha. Soube bem porque fazia muito frio e tudo o que chegue quente é bem-vindo, mais a mais no princípio bio. Logo à primeira colherada, não senti nenhum dos sabores que era suposto existirem. O que notei foi o creme que tinha entrado em abundância, talvez para disfarçar os produtos naturais... pensei. No dia seguinte e depois de ter pago dez euros pelo caldinho, acordei com um botão no lábio superior. Dá para acreditar? Não dá.

         - Normalmente começo o meu dia no café-bar inglês Ascot que encontrei no segundo dia de aqui ter chegado a duas ruas da porta do hotel. Trata-se de um interior tipicamente britânico: sofás de cabedal verde, largas mesas de mármore escuro, pequenos candeeiros nas mesas, lustres de cristal, um ecrã exibindo partidas de críquete e cavalos, espelhos e a atmosfera que eu conheci quando estive em Londres. Àquela hora da manhã, não tem quase clientela, pelo que me é agradável concentrar-me no meu trabalho sem as distracções habituais. Apetecia-me dizer que estes momentos são os melhores desta estada austríaca, à parte a minha ida chez monsieur Green. Escrever exige tempo, sossego, quer seja nestas páginas, quer no romance, porque mesmo em deambulações trago sempre o “crochet” comigo.



O bar Ascot onde trabalho todas as manhãs 

         - Aqui na Landstrasse, a pouco menos de um quilómetro a pé, fica o mundo delirante do pintor Hundertwasser que eu conheci em 1979 (penso) quando fui com a Isabel e o Saramago ver a retrospectiva que a Gulbenkian lhe dedicou. Lembro-me que saímos entusiasmadíssimos  daquele patchwork louco que apostava no delírio e na consagração da cor enquanto objecto de criação artística. Hoje dediquei-lhe a recordação. Fui primeiro conhecer a casa onde viveu, depois o museu com cinco andares onde expõe os primeiros trabalhos de 1947-1950 e pelos anos Sessenta assiste-se ao estoirar da loucura que o celebrizou. Foi, um artista diversificado, entrando no mundo do azulejo, da arquitectura, dos moldes, sob a fórmula que eu defino por patchwork. O museu reúne o essencial da sua personalidade e da sua obra. A própria construção do edifício, todo em ondas, o piso irregular obrigando-nos primeiro, a dizer a nós mesmos que não estamos bêbados, segundo, a caminhar com imensas cautelas para não tombarmos naquele chão perturbador. O museu está bem cuidado, mas a casa mais adiante, apresenta já os maus-tratos do tempo. Há gente que vive lá, embora a sua manutenção deva ser custosa e nessas condições ficar entregue à condicionante tempo. No rés-do-chão do museu, existe um restaurante simpático. As raparigas que servem às mesas, parecem lá estar para enxotar os visitantes de entrar. Se quisesse definir a obra de Friedensreich Hundertwasser, diria que tudo se assemelha... na diferença.

A casa onde viveu o pintor Hundertwasser

O museu que expõe a sua obra

         - Este ano não tarda entra na moribunda história da Europa dos nossos dias. Não foi um ano fácil julgo que para ninguém. O mundo conheceu momentos complicados, a insegurança é total, o salve-se-quem-puder está por todo o lado, os egoísmos instalaram-se, a ladroagem está sólida, os pobres aumentaram, os infelizes sem pátria nem identidade são um flagelo numa União Europeia dita humanista e solidária. Pessoalmente realço doze meses de profundo estudo e prazer cultural, para só falar do essencial e não abrir o coração à mórbida curiosidade do comum falacioso. Anotei o que fui lendo ao longo dos doze meses e aqui deixo o epílogo dos momentos felizes que enxotaram os outros de triste memória.  
Assim:

Viagem a Itália – Goethe
Astronomia – Mário Cláudio 
L´ écriture ou la vie – Jorge Sumprun
Grécia Revisitada – Frederico Lourenço
La lettre au capitaine Brunner – Gabriel Matzneff
Fuir por vivre – Erika e Klaus Mann
Manuel d´Épictète
Tableau de Cébès
Lélia ou la vie de George Sand – André Maurois
Voyage atlantique – Ernst Junger
Soixante-dix s´efface (vol. V)  – Ernst Junger
Diálogos em Túsculo -  Marco Túlio Cícero
Carnets 1995-1998 – Philippe Jaccottet
Le philosophe qui n´était pas sage – Laurent Gounelle
Cidades da  Noite Vermelha – William Burroughs
Êutifron, Apologia de Sócrates, Críton – Platão na tradução de José Trindade dos Santos
Medeia – Eurípedes (ainda o estudo e notas de Maria Helena da Rocha Pereira)
Antígona – Sófocles (e a introdução e notas go grego de Maria Helena da Rocha Pereira)
Tratado da Imitação – Dionísio de Halicarnasso com notas e tradução de Raul Miguel Rosado Fernandes  
Do mundo Grego – Selecção, tradução e notas de Albano Martins
A Letra Encantada - Nathaniel Hawthorne
Oresteia (Agamémnon, Coéforas, Euménides) – Ésquilo
Correspondence – Stefan Zweig e Klass Mann
Quand les lumières s´éteignent – Erika Mann
Joujou – Eve de Castro
La dame Blanche – Paul Morand

Goethe et Tolstoi – Thomas Mann