quinta-feira, dezembro 29, 2016

Quinta, 29.

O que seria destas damas e damos votados à benevolência nesta quadra, se não existissem pobres neste pais? Se a esquerda que prometeu erradicá-los no tempo do outro senhor, tivesse concretizado o que garantiu fazer se um dia enxotasse Salazar e Caetano do poder? E o Estado que ganha com o IVA e não tem que se preocupar com eles porque conta com um batalhão de seguidores de Madre Teresa de Calcutá, humanitários cidadãos, e os supermercados que esgotam os stocks, e as madames aperaltadas à porta dos estabelecimentos comercias em peditório, com os filhos queridos tão novos já metidos no esquema?  Nenhuma destas criaturas é capaz de pôr em prática as palavras do Senhor: “Se queres ser perfeito, vai e vende os teus haveres e dá o dinheiro aos mendigos e terás um tesouro no céu. E depois segue-me.” (Mat. 19-21) Ao contrário, abrindo os braços, ouvimo-los num sorriso de satisfacção: “Abençoados os pobres! Venha a nós o vosso reino!” – dizem estes santos dos tempos modernos canonizados no altar da hipocrisia e dos canais de televisão.