Terça, 30.
A
França foi a votos para as municipais e ganharam com grande vantagem os
ecologistas. Chou Chou sai em pedaços onde só conseguiu vencer no Havre e mesmo
assim com o seu primeiro-ministro que nem ao partido do Presidente pertence.
Ironias do destino. A abstenção foi abissal: praticamente 60 por cento dos
franceses não foram às urnas! Chou Chou foi incompetente a dirigir o país
durante a pandemia. Muita propaganda, bons discursos, mas o povo conhece de
ginjeira a retórica e não vai em cantigas. Em França como em Espanha, a derrota
dos seus dirigentes prepara-se, esmagadora. Sánchez e Macron, governam com
patuá.
- Dá-me ideia que a equipa da saúde –
primeiro-ministro, ministra da Saúde e directora da DGS – está de candeias às
avessas. Ao barulho acaba de juntar-se o bebé Nestlé a quem não se lhe reconhece
algo de útil feito na autarquia de Lisboa. O coronavírus adora estas disputas
porque encontra forma de se instalar mais facilmente. Nas últimas semanas, uma
média de 400 pessoas foram infectadas diariamente em Lisboa e arredores. Ontem
havia ao todo 41.646 contaminados e 1564 mortos no país. 10 milhões no mundo.
- Fui à Brasileira encontrar-me com os
do costume: Brito, Paulo Santos, Carlos Soares, Tereza Magalhães e Castilho. No
início da semana, andei às voltas na Baixa com o Gordilho e acabámos comendo no
Celeiro. O criador de arte, não cabia em si de contentamento. Devido à doença,
parecia um médico equipado para o bloco operatório. As poucas pessoas que se
cruzavam connosco, olhavam surpreendidas.
Aconselhei-o a deixar-se fotografar para pôr no seu museu, em Moura, a
recordação deste tempo.
- Regas. Cortei o cabelo engalanado
com a máscara. A água está limpa, mas cria algodão branco de algas à
superfície. Há qualquer coisa que me ronda de incerteza - um certo pisar do
tempo apoiado ao vazio. Tenho o pressentimento que o Black morreu deixando aqui
a Blacka com apenas um filhote – o outro desapareceu. Há três dias que não
aparece.