Quarta,
10.
Na
Brasileira o tema andou de mesa em mesa. Desta vez colhendo a unanimidade dos
tertulianos quanto à obra meritória de Mário Centeno. João Corregedor é de
opinião que o que o fez abandonar o barco socialista, foi mais uma do Mágico
tirada da cartola ou albornoz onde guarda em pacotes apimentados a raiva de ver-se
segundo face ao seu ministro das Finanças. Marcelo que tudo faz para estar em
todas, segue cada passo do primeiro-ministro e ambos ambicionam o que nunca
passou pela cabeça de Centeno. Os senhores jornalistas, sempre atentos à
ribalta efémera da política, apimentam a saída “nesta altura” de Centeno como
fuga à desgraça que aí vem. Ninguém tem coragem de dizer que foi absolutamente
indecente e rancorosa a nomeação de um estranho para estudar perspectivas de
futuro para Portugal, feita a António Costa Silva pelo chefe do Governo, à
revelia do seu ministro das Finanças. Costa Silva reuniu-se com vários membros
do Executivo e nunca com Mário Centeno que, de resto, desconhecia o Nobel
economista especialista em petróleo. Centeno e os outros ministros, se fossem prevenidos
e andassem de pé atrás, lembrar-se-iam do que Costa fez a António José Seguro.
Dali há que esperar tudo. O carácter do senhor não se recomenda. Que os
portugueses tenham o bom senso de nunca lhe dar a maioria.