quarta-feira, junho 10, 2020

Quarta, 10.

Na Brasileira o tema andou de mesa em mesa. Desta vez colhendo a unanimidade dos tertulianos quanto à obra meritória de Mário Centeno. João Corregedor é de opinião que o que o fez abandonar o barco socialista, foi mais uma do Mágico tirada da cartola ou albornoz onde guarda em pacotes apimentados a raiva de ver-se segundo face ao seu ministro das Finanças. Marcelo que tudo faz para estar em todas, segue cada passo do primeiro-ministro e ambos ambicionam o que nunca passou pela cabeça de Centeno. Os senhores jornalistas, sempre atentos à ribalta efémera da política, apimentam a saída “nesta altura” de Centeno como fuga à desgraça que aí vem. Ninguém tem coragem de dizer que foi absolutamente indecente e rancorosa a nomeação de um estranho para estudar perspectivas de futuro para Portugal, feita a António Costa Silva pelo chefe do Governo, à revelia do seu ministro das Finanças. Costa Silva reuniu-se com vários membros do Executivo e nunca com Mário Centeno que, de resto, desconhecia o Nobel economista especialista em petróleo. Centeno e os outros ministros, se fossem prevenidos e andassem de pé atrás, lembrar-se-iam do que Costa fez a António José Seguro. Dali há que esperar tudo. O carácter do senhor não se recomenda. Que os portugueses tenham o bom senso de nunca lhe dar a maioria.