Segunda,
1 de Junho.
Passei
o dia em Lisboa. A manhã com os amigos na Brasileira, a tarde a fazer compras.
Fui ao Corte Inglês à procura do último livro de Frederico Pereira e como não tinham,
adquiri o derradeiro de João Tordo. De seguida, passei no super para comprar o
jantar e desandar para casa antes da hora de ponta. Em verdade coisa do
antigamente. Porque fui e vim sem nenhum atropelo, comboio e metro quase sem
ninguém. Embora o Rossio estivesse um pouco mais animado, a realidade não se
compara a nada que tenhamos visto ou vivido. O que me interroga: afinal por
onde andam os lisboetas ou os das periferias da grande cidade! Deixaram de
trabalhar? Estão em casa entregues aos filhos, em trabalho remoto? Se, sim,
como podem viver com 60 euros que foi quanto caiu na conta daquele casal de
enfermeiros que contraiu o coronavírus a tratar dos doentes com o mesmo mal?
Mistério.
- Trump teve que se refugiar num
bunker. O valentão! Várias cidades incluindo Washington DC, estão a arder, com
mortes, assaltos, uma esquadra incendiada, tumultos sem fim. Tudo por causa do
pobre afro-americano morto com o joelho assassino do polícia que o prendeu. Eu
gosto de povos assim, que não vergam e põe a maior nação do mundo de cócoras
como qualquer outra de minúscula dimensão. Os governantes cometem injustiças
bárbaras, mas chamam todos os nomes aos povos que, sentindo-se humilhados e
desprezados, impõem os seus direitos com as armas que possuem. A isto chamam os
comunistas “justiça popular”. Talvez seja. Depende, contudo, do ângulo em que
nos colocamos. Para mim injustiça é injustiça. Ponto final.
- Prometem-nos chuva a partir de
amanhã. Ora, como ontem tive um dia enérgico, deitei mãos à obra e com a
rebarbadora tratei a mesa do lounge. Gosto
de trabalhos de bricolage embora seja nulo. Quando voltar o bom tempo, darei
verniz protector. Falei com Alice, António Carmo,
Guilherme Parente, Vergílio. Tempo cendrado.