Domingo,
28.
Azeredo
Lopes, ex-ministro de Portugal, perdão, do Partido Socialista, tem todas as
possibilidades de ser condenado no affaire
de Tancos. Segundo o nosso juiz Carlos Alexandre (quem haveria de ser!) ele
está metido no delito até à raiz dos cabelos que não são muitos. Eu sempre
achei que a história estava mal contada e muita coisa permanecia na escuridão.
É, portanto, de toda a justiça e para bem da democracia, que saibamos quem são
os culpados de um crime tão misterioso como hediondo. Assim como não acredito
que Costa seja virgem no conhecimento do caso.
- Mais uma vez o bastonário da Ordem
dos Médicos, Sr. Miguel Guimarães, veio elucidar-nos sobre o que se passa com a
crescente bola da Covid-19 vs equipa governamental. "No início ouvia-se muita gente e tentava-se envolver
as pessoas todas, nomeadamente, os profissionais e, sobretudo, os médicos. Isso
aconteceu e foi extremamente positivo, o envolvimento das pessoas, ouvir a
opinião delas e levá-la em linha de conta. Agora não, deixámos praticamente de
ser ouvidos.” E adiantou que não fazia mal nenhum a António Costa ser mais
humilde. Um socialista humilde... não conheço.
- Vi à frente da casa qualquer coisa que
me parecia um corvo morto. Aproximei-me. De repente, dois gatinhos do tamanho
de novelos de lã preta, puseram-se em fuga. Seriam filhos do Black e da Blacka?
Seja como for, eram lindíssimos com aqueles olhos a desafiar a vida. A minha
interrogação, advém do facto de há uns anos andar aí uma gata apaixonada pelo
macho que eu abrigo, escura como ele, mas com o desenho de um elmo no focinho. Essa
é mais tímida que a que chegou há pouco tempo e se afoita, desenrascada.
- Regas
pela manhã. Mergulhei apesar de alguns flocos de algas. Todos os anos é à
medida que o tempo passa que consigo equilibrar o Ph e o cloro. Fui às compras.
Dormi a sesta. Li o tio Schopenhauer. Assisti a um concerto pela Arte transmitido
de Buenos Aires com a soprano Aida Garifullina. Recortei jornais e li uma história
que me servirá para a construção da personagem Semyon. Não falei com ninguém
nem ninguém falou comigo. Silêncio absoluto. Bendito e sagrado silêncio! Dezoito
horas e 33 minutos.