Terça,
23.
O
Mágico teve de arrepiar caminho face ao aumento de coronavírus na grande
Lisboa. Devia tê-lo feito há pelo menos dez dias quando era já evidente o
anúncio da catástrofe. Claro está que a culpa não é dele, é de todos aqueles
que passeiam indiferentes aos outros sem máscaras e decerto nenhum outro
resguardo, como eu presenciei hoje no trajecto até à capital. Vi velhas e
velhos na estação sem protecção, embora no interior do comboio houvessem dois
gorilas espadaúdos a controlar os infractores. Seguranças, portanto. Eu que sou
dado a observar, diria dois modelos desfilando na passarela da carruagem,
porque o corpo dengoso exibia-se para lá do ofício para que foram contratados...
Bom, cala-te boca.
- Quer saia quer fique por aqui, como
hábito de verão, termino o dia sentado no terraço a tomar chá e a saborear a
brisa da tarde, depois de umas braçadas na piscina. É o meu luxo, o único luxo
perder-me a admirar o brilho intenso das hortênsias quando o sol mais brando
lhes glorifica a beleza.