sexta-feira, junho 19, 2020

Sexta, 19.
O bastonário da Ordem dos Médicos, de seu nome Miguel Guimarães, tem-me surpreendido diversas vezes pela positiva. Desta vez ao enviar uma carta ao presidente da Assembleia da República desvinculando os médicos que representa, na elaboração da lei que pretende legalizar a morte assistida, vulgarmente chamada eutanásia. É de homem! De facto, alguém tem de pôr na ordem a esquerda em bicos de pés, dirigida pela menina Martins, desejosa de marcar a agenda e avançar para o poder. Agora não  percebo como pode uma lei que estava a ser elaborada nas costas do povo, com a assinatura apenas dos senhores deputados déspotas e criminosos, pode ser aprovada. O BE e os outros partidos que o apoiam no projecto, vão ter que dar meia volta e reduzir-se à insignificância da percentagem de votos que possuem.

         - Eu pensava que estava mais uma vez, só, contra a potência besta dos senhores futeboleiros que dirigem o país, mas não. A minha indignação de ontem, colheu o inconformismo – enfim! – acertado da bastonária da Ordem dos Enfermeiros e do seu congénere dos médicos, Dr. Miguel Guimarães. Disse o Mágico numa sessão de magia especial a que compareceram os camaradas Marcelo e Ferro Rodrigues e outras “altas figuras do Estado” (esta era a linguagem do Estado Novo) que a final daquela coisa foi um “prémio merecido aos profissionais da saúde”. Que desplante! Que propaganda amerdada! Que falta de respeito para com aquelas e aqueles que tanto expuseram as suas vidas para salvar as dos pacientes, que trabalharam até à exaustão, sem que os seus vencimentos tivessem sido aumentados ou, pelo menos, o esforço e dedicação tivesse merecido um prémio! Isto digo eu que me dizem ter grandes e muitos leitores na classe médica. Porque o Mágico descarta-se das minhas palavras e afirma que eles ganharam o maior prémio que o país e a classe podiam ter – a final daquela monstruosidade em Lisboa.

Foto do Público com esta legenda: "Em plena pandemia, festejos em Nápoles após a conquista da Taça de Itália" O Mágico não lê jornais - "faz política".  
         - O Governo está perturbadíssimo porque uns quantos países, ainda por cima da UE, não querem aviões portugueses a aterrar nos seus aeroportos e ameaça retaliar. Mas fazem eles muito bem. O facto de Portugal ter sido exemplo no clímax da epidemia, não prova que seja hoje exemplar. Pelo contrário. Não vai tardar muito que a magia de Costa se transforme num susto. De Norte a Sul do país, todos os dias, crescem casos de contágio por coronavírus. O facto de se fazerem testes, só prova que o vírus está aí, circula, transmite-se. Depois, se me é permitido, de que adianta abrir restaurantes, lojas, recintos públicos se as pessoas não os frequentam e, como eu vejo por todo o lado, os empregados e patrões desesperam à espera do cliente. Mais, ontem em Lisboa e hoje em Setúbal, os empregados disseram-me que as ajudas que o Mágico apregoa na televisão, não chegaram ainda aos seus bolsos.  


         - Regas pela manhã. Alinho estas palavras no terraço, à sombra, o vento doido cirandando em torno de mim. Tenho os olhos pejados da beleza das hortênsias este ano ainda mais belas e cheias. À parte o salmo do vento, nada mais me chega dos horrores do mundo e da minha pátria. Pudesse cada compatriota viver estes instantes de paz no sentido filosófico paisible, voluptas in tranquilittate.