Sexta,
19.
O
bastonário da Ordem dos Médicos, de seu nome Miguel Guimarães, tem-me
surpreendido diversas vezes pela positiva. Desta vez ao enviar uma carta ao presidente
da Assembleia da República desvinculando os médicos que representa, na
elaboração da lei que pretende legalizar a morte assistida, vulgarmente chamada
eutanásia. É de homem! De facto, alguém tem de pôr na ordem a esquerda em bicos
de pés, dirigida pela menina Martins, desejosa de marcar a agenda e avançar
para o poder. Agora não percebo como
pode uma lei que estava a ser elaborada nas costas do povo, com a assinatura
apenas dos senhores deputados déspotas e criminosos, pode ser aprovada. O BE e
os outros partidos que o apoiam no projecto, vão ter que dar meia volta e
reduzir-se à insignificância da percentagem de votos que possuem.
- Eu pensava que estava mais uma vez,
só, contra a potência besta dos senhores futeboleiros que dirigem o país, mas
não. A minha indignação de ontem, colheu o inconformismo – enfim! – acertado da
bastonária da Ordem dos Enfermeiros e do seu congénere dos médicos, Dr. Miguel
Guimarães. Disse o Mágico numa sessão de magia especial a que compareceram os
camaradas Marcelo e Ferro Rodrigues e outras “altas figuras do Estado” (esta
era a linguagem do Estado Novo) que a final daquela coisa foi um “prémio
merecido aos profissionais da saúde”. Que desplante! Que propaganda amerdada!
Que falta de respeito para com aquelas e aqueles que tanto expuseram as suas
vidas para salvar as dos pacientes, que trabalharam até à exaustão, sem que os
seus vencimentos tivessem sido aumentados ou, pelo menos, o esforço e dedicação
tivesse merecido um prémio! Isto digo eu que me dizem ter grandes e muitos leitores
na classe médica. Porque o Mágico descarta-se das minhas palavras e afirma que
eles ganharam o maior prémio que o país e a classe podiam ter – a final daquela
monstruosidade em Lisboa.
Foto do Público com esta legenda: "Em plena pandemia, festejos em Nápoles após a conquista da Taça de Itália" O Mágico não lê jornais - "faz política". |
- O Governo está perturbadíssimo
porque uns quantos países, ainda por cima da UE, não querem aviões portugueses
a aterrar nos seus aeroportos e ameaça retaliar. Mas fazem eles muito bem. O
facto de Portugal ter sido exemplo no clímax da epidemia, não prova que seja
hoje exemplar. Pelo contrário. Não vai tardar muito que a magia de Costa se
transforme num susto. De Norte a Sul do país, todos os dias, crescem casos de
contágio por coronavírus. O facto de se fazerem testes, só prova que o vírus
está aí, circula, transmite-se. Depois, se me é permitido, de que adianta abrir
restaurantes, lojas, recintos públicos se as pessoas não os frequentam e, como
eu vejo por todo o lado, os empregados e patrões desesperam à espera do cliente.
Mais, ontem em Lisboa e hoje em Setúbal, os empregados disseram-me que as
ajudas que o Mágico apregoa na televisão, não chegaram ainda aos seus bolsos.
- Regas pela manhã. Alinho estas
palavras no terraço, à sombra, o vento doido cirandando em torno de mim. Tenho
os olhos pejados da beleza das hortênsias este ano ainda mais belas e cheias. À
parte o salmo do vento, nada mais me chega dos horrores do mundo e da minha pátria.
Pudesse cada compatriota viver estes instantes de paz no sentido filosófico paisible, voluptas in tranquilittate.