Quarta, 27.
Vai
por aí um falatório artificial sobre a violação dos nossos dados pessoais. Quem
melhor abordou o assunto, foi o deputado do PSD Carlos Abreu Amorim, ao
considerar “que a solução do Governo ao isentar todo o sector público (de
multas) fará com que os responsáveis de cada entidade deixem simplesmente de se
preocupar com assunto da protecção de dados”. Isto porque há facções que dizem
que não faz sentido o Estado taxar-se a si próprio. Então pergunto: e se quem
se sentir violado na sua intimidade cobrar ao Estado a respectiva coima? Simples
pergunta.
- Comecei a revisão do sexto e último
capítulo de O Juiz Apostolatos. Fica
a sobrar o Epílogo embora, como é bem de ver, a exemplo da empregada que limpa
o pó e há sempre uma réstia de poeira que fica, assim vou eu ter que fazer uma
segunda correcção. É este o drama e a loucura do escritor – nada lhe agrada, há
sempre coisas a corrigir, a alterar, a acrescentar, a suprimir. Um romance é
uma catedral onde falta sempre um elemento.
- “Jean Cocteau dizia: “Il n´y a pas
d´amitié, il n´y a que des preuves d´amitié.” Este axioma aplica-se ao João e a
tantos outros que prometem o que sabem de antemão que não podem cumprir.
- O senhor Guaidó que cometeu o erro astucioso
de sair do país de helicóptero, a menos que o feito lhe tivesse sido imposto
pelo senhor Trump, percebeu que os seus comandos ditados do estrangeiro - a
salvo, portanto, de qualquer carga pessoal -, já não surtem o mesmo efeito. Daí
que, pasme-se!, tenha incentivado a uma invasão americana para, claro, repor a
democracia na Venezuela. Este sujeito, quer-se fazer passar por Rodolfo de
Habsburgo, quando por volta de 1278, após guerras à direita e à esquerda,
instala-se em Viena d´Áustria e é reconhecido como imperador por meia Europa e até
pelo Papa. O que se coroou a si próprio rei da Venezuela, delirante
revolucionário, não tem nem de perto nem de longe, o carisma exigido para levar
avante as suas ambições. Ele usa os famintos com a mesma indignidade dos
americanos quando montam estes estratagemas para atingir os seus fins
estratégico-políticos. Assemelha-se àqueloutro que está no poder em Espanha há
meia dúzia de meses, socialista das margens da ambição, e vai ser despejado com
novas eleições para breve. Mas por que raio os comparo eu?! Ó Helder, diz ao
Sousa que se cale. Que vá fazer uma hora de natação. Assim farei, caro Helder,
e já!