sexta-feira, fevereiro 22, 2019

Sexta, 22.
Faz hoje dois anos que comecei O Juiz Apostolatos. Foram 24 meses de intenso e reflectido trabalho para a moda dos “editores” que esmifram não só o labor como o dinheiro daqueles que pagam para trabalhar. São os vendedores de papel ao quilo, que nada percebem de literatura, de olhos postos na TV de onde nos nossos dias saem os nobéis que o povo analfabeto compra para passar o tempo lúgubre que o habita. Eles sabem da pouca importância que a arte tem num país de futebol, e jogam com a vaidade e relevância que um livro publicado tem nos estratos burgueses que pretendem armar àquilo que não são - escritores. Mas quer-me parecer que no final ninguém ganha: não enriquece o “editor” porque a coisa foi um fiasco, não se promoveu o autor porque vendeu uns quantos exemplares a vizinhos e amigos, não ganhou a literatura porque, por este processo, não é o escritor nem o seu trabalho que é apreciado, mas o montante do extracto bancário. Em Portugal quando se tem dinheiro, até a merda é perfumada.


          - Faleceu Sequeira Costa. Devo-lhe momentos inolvidáveis de beleza e espiritualidade. Era um exímio executante de Beethoven, um músico sério, uma pessoa integra – valores que no nosso país não contam para nada e por isso eu os exalto.