quarta-feira, fevereiro 20, 2019

Quarta, 20.
A propósito de Chopin acima citado. Quando estive em Cracóvia, assisti a um concerto na catedral do compatriota que toda a Polónia venera. Um bom naipe de músicos tinha sido instalado logo depois do altar e a assistência distribuída pela nave central. Nevava e o frio dentro da igreja deixava-nos a tiritar, recordando-me eu do que sabia sobre o músico através de textos escritos por George Sand e daquela canção, magnífica (julgo que se chama Varsovie), interpretada por Gilbert Bécaud. Sand nesta obra que estou a ler (vou na página 80), não cita nunca o seu nome e percebe-se que a viagem a Maiorca, que fora feita por causa da asma e dos problemas respiratórios do ilustre compositor, saiu-lhe uma tragédia com que George não contava. Ela, ele refere-se a Chopin como o doente. Por via do “doente”, George vai passar vários meses num inferno que só a escrita a salva.  

         - Dizia-se no tempo da troika, que “a esperança é a última a morrer”. Assim parece ser, com efeito. A prova foi a notícia que Bernie Sanders, aos 77 anos, vai tentar de novo a Casa Branca, disputando-a contra Trump que não a quer perder. Tenhamos, então, esperança que o velho homem lutador, único e honesto, com ideias tão diferentes da turbamulta dos políticos que grassa pela Europa e os Estados Unidos, outras nações incluídas, consiga ser Presidente sem o estorvo de Madame Clinton, ressabiada, a interpor-se.

         - Parece que está um enfermeiro em greve de fome em frente ao Palácio de Belém onde mora o cirurgião mor. Indaguei a que propósito, mais a mais um enfermeiro, pensando eu que o altruísmo que devia orientar a classe, fosse por mor dos benefícios e melhor qualidade dos doentes. Mas não. O funcionário quer mais dinheiro e está disposto a morrer pela causa dos carcanhóis para ele e para os outros que andaram um ano a fazer “greves cirúrgicas”. Onde é que já se viu uma coisa assim! Ora, em Portugal, pois onde devia ser!


         - Dizem-me que tenho muitos leitores entre o corpo hospitalar: médicos e enfermeiros. Se assim é, ter leitores não significa ter quem me leia. Porque de contrário, já tinham registado o que aqui digo desde os primeiros meses da governação do Mágico. Parece que só agora está meio mundo a acordar para a realidade: nada do que nos prometiam fazia sentido, eram promessas vãs, assentes na fantasia socialista que por todo o lado leva a ruína. Ajudado pelos senhores jornalistas a quem ele prometeu tudo, este governo está agora isolado, dependente da verdade, com o cerco das dificuldades e a tristeza das famílias (lá está) a correrem à Deco a pedir ajuda para o endividamento que está a alastrar por todo o país. Estamos a regressar à nossa crónica situação. Não passamos de miseráveis, de uns pobres coitados que nem sabem governar a vida.