sábado, fevereiro 02, 2019

Sábado, 2.
O mau tempo que ontem varreu o país, trouxe chuvas fortes, ventos próximos dos 110 quilómetros/hora, alguma trovoada. Os estragos foram consideráveis de norte a sul, e a partir de hoje vai-se a chuva e regressam as temperaturas frias a obrigar a cautelas permanentes. Mas a Europa central, os Estados Unidos, estão francamente pior com temperaturas de muitos dígitos a baixo de zero.

         - Dizem-me que pessoas habitualmente intransigentes relativamente à política, partidários da direita ou da esquerda, estão a modificar-se devido à leitura deste blogue e a tornar-se mais tolerantes. Se isso fosse verdade, francamente, não caberia em mim de contentamento. Uma cabeça escorreita a pensar, vale mais que todo o Governo, partidos e Assembleia juntos.

         - Na sexta fui ao Amoreiras fazer uma compra. Quando saí informei-me se o autocarro onde entrei me deixaria no Corte Inglês. Ante a afirmativa, comprei o bilhete. À medida que a viagem seguia o seu trajecto, passando perto da antiga casa do Couto, apercebo-me, conhecendo bem a zona, que fora enganado. Saí a meio da rua que desce na direcção da Gulbenkian. Subi de seguida a penates, a longa rua onde sua excelência o presidente de Junta de Campolide, André Couto, mora num daqueles prédios cogumelos, para ir dar à Penitenciária e dali atravessar o alto do Parque Eduardo VII e entrar mais a baixo na unidade comercial. Chovia e choveu durante o longo caminho, feito em pouco mais de 30 minutos, a perna que os homens adorariam levar em romaria à Senhora de Fátima a puxar pela outra que as mulheres gostariam de friccionar com a água benta do seu votado amor ao coitadinho. Há anos que não ia por ali. De súbito, como é meu hábito, fui construindo um linguado de texto na minha cabeça. Os Couto viviam num prédio dos anos quarenta, igual a tantos outros, na Rua Marquês da Fronteira. Durante anos, tive o hábito de lá ir jantar inúmeras vezes, ou simplesmente tomar café e ficar por uma hora à conversa. Depois, sempre que passava naquela rua, levantava a cabeça a ver se a Zitó estava a corrigir os pontos dos seus alunos, acomodada na camilha com braseira ao canto da marquise. Mesmo se passasse ao volante do carro, era imperativo subir o olhar até ao terceiro andar. O André era ainda uma criança que eu devido ao seu ar e ao cuidado que a mãe punha na sua educação, passei a chamar de príncipe André. Depois os pais envelheceram, o rapaz cresceu e fez-se um homem, o tempo desmanchou-se, a vida com a sua crueldade instalou-se varrendo da face dos dias as horas sublimes que nos uniam... Guterres diria: “É a vida!” Eu com presunção, exclamarei: “É a morte!”  


         - Rui Pinto, o jovem que denunciou a corrupção no futebol, diz que permanece em Budapeste porque as autoridades portuguesas em vez de louvarem o seu gesto, querem pô-lo na cadeia. A Espanha, se não fosse dirigia por um medíocre oportunista socialista, devia levantar uma estátua ao genial da informática, porque foi por seu intermédio que o fisco espanhol encaixou 5,5 milhões do corrupto e ganancioso Cristiano Ronaldo.