Quinta,
25.
Os nobres esforços, tímidos, começados no séc. XVI para que
todos tenhamos acesso à instrução e ao conhecimento, foram defraudados com a
presença outro dia no programa de Fernando Mendes daqueles que são o paradigma
da sua continuação – os professores. A esse propósito, não êxito em transcrever
o que escreveu no Público António Carlos Cortês: “Se Castoriadis não erra – nem Camões –, é caso para dizer que a
participação dos professores naquele programa indigente é sinal inequívoco da
máquina totalitária que, como um rolo compressor, esmaga quaisquer valores que
deveríamos ter por perenes, padronizando as massas, transformadas em
consumidores acríticos de conteúdos de grau zero. Movida pela dinâmica
neoliberal de trocas, uma educação que escolha o caminho fácil do imediatismo
online mais não será que a reprodução da sociedade civil hoje desvitalizada,
sem memória e sem história.” Assino de cruz. Os meus leitores sabem o que penso
sobre o assunto, pois já aqui inúmeras vezes me referi ao vómito que é o programa.
Para muita gente, aquilo é cultura popular. Talvez seja, na medida em que reflecte
o padrão civilizacional de Portugal na fasquia da sargeta. Mendes como Herman e
outras aves raras da TV, nunca leram um livro. A sua cultura é o trolaró
quotidiano, a imagem oportunista da vida tocada a fanfarronice.
- Decidi adoptar a Blacka namorada do
Black que tanta dedicação lhe tem. Parecem gémeos, ambos muito pretos e de
olhos maravilhosos de um verde-esmeralda. Ela é mais afoita na aproximação que
ele foi há anos quando levei meses a aliciá-lo. Fui buscá-lo ao fundo da quinta,
esta andou sempre por aqui a rondar o macho latino.