quinta-feira, agosto 29, 2019

Quinta, 29.

Terminei Pascal. Forma de dizer porque em verdade são tantas as notas à margem, tantos os sublinhados, tanta a inquietude em cada página que necessito de vários meses para reflectir e me levantar do impacto que a sua leitura provocou em mim. T.S. Eliot diz algures num ensaio (cito de memória) sobre Blaise Pascal, que somos nós que temos de nos moldar ao seu pensamento e não o contrário.


         - Brito brilhante ontem na Brasileira. Que memória prodigiosa aos 94 anos! Ele sozinho enche uma manhã.


         - Não perdoam aos motoristas de matérias perigosas terem ousado constituir-se num sindicato onde a Intersindical não mete o bedelho. Querem agora, depois da sua constituição e aprovação, erradicá-lo. O patético orador dos patrões, sobre a próxima greve a acontecer já no mês de Setembro, diz que é uma “greve impactante”. Eu, utilizando o seu português de doutor formado em leis , direi que o que é “impactante” é a afronta à liberdade e aos direitos dos trabalhadores. E o seu jogo. Itus et reditus.


         - A propósito da esmola choruda de Chou Chou ao Brasil, anunciada como o êxito do seu trabalho na organização do G7, apetece-me dizer ao excelentíssimo senhor que é dever da França, dos Estados Unidos e dos outros países ricos, pagarem mais porque poluem mais.