Domingo,
11.
Este
Governo em que eu não acredito minimamente, vai ficar na história como o grande
embuste. Quem o diz antes de mim, são as centenas e centenas de greves que se
fizeram ao longo destes quatro anos em todos os sectores, em contraste flagrante
com a propaganda que, essa sim, foi eficaz, ao apregoar um país que não confere
com a realidade. Comecemos pelo início. Primeiro, Costa não ganhou eleições;
segundo, pensava-se que um governo dito de esquerda tinha o condão de sossegar
os sindicatos e a vida rotineira seguiria por mar bonançoso; terceiro, pouco
tempo depois começou o ciclo de greves e manifestações que não há registo na
nossa história colectiva em democracia. Se por um lado repuseram aquilo que o
executivo de Passos Coelho foi obrigado a tirar devido à má gestão, aos roubos,
as karambolagens da maioria socialista com José Sócrates à frente, montaram um
sub-reptício esquema de impostos, taxas, tendo como resultado estarmos hoje à
mercê do Estado até à raiz dos cabelos, sem, contudo, terem diminuído a
pobreza, olhado para os reformados, construído um país mais equitativo.
Atiraram para os bancos milhões e milhões de euros, ao jeito da direita, mas
foram sovinas para com os mais desfavorecidos. Não investiram publicamente,
abandonaram os hospitais, a educação, a saúde, foram perdulários a aumentar
certos sectores sem se importarem com o equilíbrio do todo. Mentiram
descaradamente, governaram-se ao nível da União Europeia, promoveram-se
entregando-nos como isca das suas ambições. O socialismo que trazem na lapela é
falso, arrogante, trapalhão, oportunista. Tal como a direita, foi a economia
que os manietou, obcecou, dominou. Vivem a adorar o deus do dinheiro, da
vaidade e da ignorância. Se alguma coisa fizeram, foi graças à honradez dos
comunistas, embora estes tenham engolido muitos sapos. Mesmo assim, o embaraço
destes perante a greve dos motoristas deve ter sido medonho, dado que o Partido
só tarde reconheceu e validou a acção dos sindicatos em prosseguir com a greve.
Pessoalmente, não vejo nada de importante que este naipe de governantes tenha
feito. Chegaram sempre tarde aos desastres, fizeram-se sonsos nos momentos
importantes, desviaram o olhar das trapalhadas como o caso das armas de Tancos,
só foram eficientes na propaganda até ao derradeiro minuto como prova o inquérito
fascista feito aos funcionários públicos e prontamente retirado da Net devido
aos protestos de todo o lado. Costa é habilidoso, mas ao jeito de
chico-esperto. Não é por acaso que na presente crise, teve logo o apoio do
famigerado CDS e dos patrões. Agora, habilmente, aparece como o salvador da Pátria.
Os portugueses para quem o carrinho é o único diploma de honra e saber,
dignidade e respeito, agradecem-lhe a investida robusta pelo seu uso. Tudo isto
seria cómico se não fosse ridículo, reles e pequenino. Um país que se constrói sobre
estes valores, está condenado irremediavelmente ao fracasso.