Domingo,
18.
Bom, é um facto que a greve dos motoristas de matérias perigosas está extinta. Para
mim eles morreram de pé, dignos do nosso respeito e simpatia. Quem sai de
rastos desta situação lamentável, é o Governo. Eu não me sinto frustrado pelo
simples facto que nunca acreditei nas suas políticas sociais e de honradez
lançadas, juntamente com a matriz que lhes dá o nome, ao caixote do lixo. Como
costumo dizer, prefiro a franqueza da direita no tocante às políticas sociais e
de mercado, ao embuste da esquerda. Porque daquela sabemos ao que vêm, desta
somos sempre enganados.
- Não só eu. Hoje no Público, António
Barreto repete o que venho reflectindo ao longo da semana. Quase diria que me
tirou as palavras da boca. Limito-me ao preâmbulo, aconselhando os meus
leitores a ler o resto. “Desde 1975 que não se assistia a ameaças tão contundentes
à liberdade de expressão, aos direitos de informação e associação e à greve. Ter
uma opinião sobre os imigrantes, as minorias, a integração racial, o multiculturalismo,
o racismo e temas afins é hoje uma actividade perigosa!" (Eu que o diga!) "Se as
opiniões não forem o que está consagrado pela aliança do Governo, podem ser
motivo de processo-crime, hipótese que se traduz em verdadeira intimidação.
Anuncia-se já uma revisão das leis que regulam “os discursos de ódio”, designação
perigosíssima, próxima de outras utilizadas pelos regimes fascistas, nazis e
comunistas!”
Num
outro passo: “As mais profundas convicções democráticas e liberais que marcaram
o carácter do PS estão a sofrer uma erosão manifesta, causada pelo apetite de
poder e pela influência ideológica do Bloco.”
- Outro dia entrei nos wc do Corte
Inglês. Encostada à parede logo à entrada, estava uma menina muito composta que
parecia aguardar vez para os mictórios. Estranhei, olhei-a nos olhos, e por fim
disse: “Aqui é a zona dos homens.” Ela devolveu-me numa voz forte e grossa: “Eu
sei.” Era, salvo seja, um homem.
- Black ganhou o hábito de meditar ao
fim do dia na piscina. Fica ali tempos esquecidos. Em que pensará ele?
Mistério.