Quinta, 10.
Vamos esperar para ver. É, contudo, para
mim evidente que Trump entrou pelos mesmos labirintos que qualquer outro
candidato à presidência da república noutro país. O mecanismo falsificado é o
mesmo, como é a mesma a catadupa de mentiras, disfarces, idiotices e promessas.
A bem dizer não houve nenhum programa definido. O que se conhece são intenções
surgidas durante debates-festivaleiros, ao gosto das massas pouco informadas,
grosseiros e emotivos. Ideias nenhumas. Os temas versaram cenas da vida íntima
que o pagode adora. Mais da parte de Ronald Trump que de Hillary Clinton. Um
pouco por toda a parte está no poder pessoas sem qualificações, sem moral nem
honra. O dinheiro é o deus supremo, que move montanhas e põe de joelhos toda a
classe política. A começar pelos jornalistas que foram humilhados nas suas
ambições subservientes. Eles consagram a menina Clinton e puseram na cabeça que
o povo devia acompanhá-los nas mesas de voto. Como, de resto, aconteceu há uns
anos com Cavaco Silva. Aqui a diarreia verbal é contínua. Televisões, rádios e
jornais não se calam pregando toda a sorte de calamidades para os anos a
provir. E todavia, nem tudo é mau em Trump a começar pela sua relação à Rússia,
a globalização, o horripilante TAFTA, etc.
- Cá em casa vejo-me a tratar os meus amigos. Tanto Annie como Robert
estão num estado miserável, tosse, dores de garganta, febre. Hoje fui à farmácia
comprar o necessário para fazer face a esta calamidade. Se eu passar incólume,
é porque possuo um sistema imunológico de pedra. Desde Strasbourg que vivo numa
incubadora de vírus: Anne e Bernard, Laure, Annie e Robert.