Sexta, 25.
O Público de hoje traz um artigo muito sério
sobre a depressão que persegue os portugueses. Diz o jornal que um terço da
população tem uma doença mental; 6,8 por cento dos casos analisados foram
considerados graves; 40 por cento dos indivíduos não tem dinheiro para pagar as
despesas; 50 por cento dizem ser o corte de rendimentos, salários e pensões, a
causa principal da doença; 27 por cento dos portugueses procuraram ajuda
através dos médicos de família. Perante uma tal desgraça, que nos dizem os
políticos? Nada. Como não consta que entre eles alguém sofra da crise que
atinge a maioria dos portugueses, entretêm-se com as minudências da
governação de que a novela da CGD é nesta altura exemplo. Através dela, até
podíamos andar todos à gargalhada e assim curar a depressão, mas a coisa é bem
mais séria e quem ganha são os laboratórios e as farmácias. Atrás dos
ansiolíticos, vêm outras patologias. Parece que os jovens são os mais
afectados. Não admira. Nasceram numa época de falso progresso, de direitos em
catadupa, de educação montada na opulência de porcarias inúteis e pouco nos
afectos, não foram preparados para perceber que a vida é um gráfico que não
pára quieto. A política e a cultura não lhes interessa e por isso nem se acautelam
contra os truques que o Mágico sorridente que nos governa tira todos os dias da
cartola.
- Fui fazer uma hora de natação. A funcionária logo que me viu chegar,
exclamou: “Bom dia! Ora seja muito bem-vindo! Há muito tempo que anda fugido!” Que
dizer?