Quarta, 9.
Como eu previ (quinta-feira, 27) Ronald
Trump é o 45 Presidente dos Estados Unidos. Isso quer dizer que sou mais
inteligente que o batalhão de jornalistas sabichões que anteciparam a vitória da
senhora Clinton? Seguramente que não. Ando, talvez, mais atento e longe das
capelinhas políticas onde os fiéis deste e daquele partido, deste e daquele
político celebram com cânticos laudatórios misturados com o fervor das suas benesses,
o elogio que interessa enaltecer do líder. Temos, portanto, uma incógnita por
resolver. Nesta altura, o que nos dizem os consagrados agentes da política, é
que vamos ter o caos, a incerteza, o isolamento e, bichanando, a indigência do povo
que votou no palhaço. Nada do que se passa a montante lhes interessa analisar.
Como chegámos até aqui, a quem devem ser assacadas responsabilidades, que
eleitorado é este que nos últimos anos abanou os bem instalados? Nada disso
lhes interessa estudar. Quando muito, após o abalo, surgem umas meia-culpas
esfarrapadas, umas promessas vãs, tudo sob o código que traduz o raciocino
ligeiro travado na esperança de que é na continuação das instituições e na
política prossecutora que as coisas se endireitam. Eles não enxergam o mal, o
quanto as pessoas estão fartas de ser enganadas, espezinhadas, abandonadas,
escravizadas pelos impostos, os salários e reformas de miséria, a imposição de
políticas que só trazem pobreza, indigência, tristeza. As leis não são
discutidas, são impostas com desumanidade, apensadas à falta de dinheiro que
portanto sobra em demasia para a corrupção, as obras de fachada, os interesses
particulares, os compadrios, as palmadas nas costas dos incompetentes. Se
pensarmos um bocado, somos levados a concluir que esta gente que nos tem
governado, na União Europeia e em Portugal, não é melhor que Trump, embora
utilizem o cinismo e a hipocrisia para fazer valer os seus dons. Enfim, a
América não gostou que o clã Clinton impusesse a dama de copas contra um homem
honesto e com ideias como Bernie Sanders. Louvo um povo assim. Se isto
continua, daqui a pouco tempo a classe política instalada não tardará a criar
leis que impedirão o povo de votar, fartos de serem corridos por gatunos e
incompetentes. De certo modo, é o que já acontece com as normas e regras da UE de
que o tratado com o Canadá é exemplo, para não falar do Tratado de Lisboa e da
adesão dos portugueses ao euro.