domingo, outubro 27, 2019

Domingo, 27.
Embora de uma forma ordeira primeiro e depois degenerada, nem por isso deixaram de se manifestar os nossos queridos gilets jaunes e os independentistas catalães. Ambos arautos de uma nova consciencialização popular, traduzida na linha de força que enfrenta os governantes, forçando-os a descer do pedestal dourado onde se barricaram em sonambulismos de grandeza. Muitos outros povos oprimidos pela miséria e a desonra, como os chineses de Hong Kong, os libaneses, os tunisinos, os chilenos e muitos mais que a pouco e pouco, descrentes dos políticos corruptos e do seu blá-blá, exibem nas ruas a sua ira exigindo justiça e liberdade.    

         - O pobre oportunista que anda com a Espanha às costas sem saber o que fazer dela, na habitual demagogia onde até os mortos entram, na minha modesta opinião corre o risco de perder o poder. Perde-o não só pelo pouco que tem feito, de resto a pensar como se manter no lugar, como por se ter metido com o morto mais que morto, General Franco. Que ganhou o pequeno em ressuscitar velhos tempos e ódios? A história está feita, com o ditador nos Caídos ou na vala comum.


         - Deu-me uma saudade imensa e veemente de Maria Callas. Um ser humano único, intenso, singular. A ARTE passou um filme, julgo que dos anos ´60, numa interpretação absolutamente extra de A Tosca. E foi essa interpretação memorável, que me trouxe uma nostalgia, uma neura que o tempo enterrou com a descia da noite. Saber que sofreu por um grosseirão cheio de dinheiro, um monstro que nunca soube amar, mas usou a sua fortuna para trocar de mulher como trocava notas bancárias.