Domingo, 27.
Embora de uma forma ordeira primeiro e
depois degenerada, nem por isso deixaram de se manifestar os nossos queridos gilets jaunes e os independentistas
catalães. Ambos arautos de uma nova consciencialização popular, traduzida na
linha de força que enfrenta os governantes, forçando-os a descer do pedestal
dourado onde se barricaram em sonambulismos de grandeza. Muitos outros povos
oprimidos pela miséria e a desonra, como os chineses de Hong Kong, os
libaneses, os tunisinos, os chilenos e muitos mais que a pouco e pouco,
descrentes dos políticos corruptos e do seu blá-blá, exibem nas ruas a sua ira
exigindo justiça e liberdade.
- O pobre oportunista que anda com a Espanha às costas sem saber o que
fazer dela, na habitual demagogia onde até os mortos entram, na minha modesta
opinião corre o risco de perder o poder. Perde-o não só pelo pouco que tem
feito, de resto a pensar como se manter no lugar, como por se ter metido com o
morto mais que morto, General Franco. Que ganhou o pequeno em ressuscitar
velhos tempos e ódios? A história está feita, com o ditador nos Caídos ou na
vala comum.
- Deu-me uma saudade imensa e veemente de Maria Callas. Um ser humano único,
intenso, singular. A ARTE passou um filme, julgo que dos anos ´60, numa
interpretação absolutamente extra de A
Tosca. E foi essa interpretação memorável, que me trouxe uma nostalgia, uma
neura que o tempo enterrou com a descia da noite. Saber que sofreu por um grosseirão
cheio de dinheiro, um monstro que nunca soube amar, mas usou a sua fortuna para
trocar de mulher como trocava notas bancárias.