Domingo, 20.
Eu não comungo das tragédias que são
atribuídas ao Brexit e a Boris
Johnson. Os ingleses sempre foram um povo capaz de todas as ousadias e de todos
os desenrascanços. Por outro lado, a Inglaterra é uma das principais potências
económicas e vai saber, passado o primeiro embate, sobreviver à pressão que a
UE criou, não para a desarmar, mas para desencorajar outros povos a seguir-lhe
os passos. Eu tenho uma grande admiração por uma democracia de longa data que
sabe honrar a vontade popular. Não ignoro o que por aí se diz “que o povo foi
enganado”. Até posso aceitar como verdadeiro esse princípio, mas que me digam
de um político que não tenha vilipendiado com mentiras repetidas à exaustão até
as transformar em verdades. Boris Johnson, apesar de alguma asneira e precipitação,
tem o mérito de querer acabar com a comédia e à sua maneira impor um fim à
humilhação a que os senhores eurodeputados corruptos e inúteis obrigam o povo
inglês. A forma de governar que cresce por todo o lado é esta: toma lá uma
côdea e cala-te. Os povos famintos não têm outra alternativa senão abaixar a
cabeça.
- Ontem chuva diluviana, enfim. O curioso é que eu durante todo o Verão
nunca reguei o relvado e bastou este primeiro grande dia de água para atirar cá
para fora os olhinhos verdes do tapete que circunda a zona sul da casa.
- O filme de que se fala : Joker
de Todd Phillips. Ainda estou sem combustível para escrever sobre um trabalho
com todos os superlativos tanto para o realizador como para o intérprete
principal, Joaquin Phoenix. É um filme dirigido a todos os políticos,
especialmente àqueles obcecados pelo poder e não falo só de Trump, Putin, Jinping
ping ping, Ergodan, Bolsonaro ou Kim
Jong-il, penso em todos os ditos democratas que ao longo destes milhares de páginas
me tenho ocupado.