Terça,
31.
Como
se previa, a mentira é arma dos ditadores. Assim se repetiu com Xi Jinping ping
ping. Mentiu quanto ao número dos mortos pelo vírus que disseminou. A
quantidade de caixões que as famílias reclamam para dignamente fazer o enterro
e o luto, é enorme e leva muitos chineses a passar dias inteiros para receber a
urna com as cinzas dos entes queridos. O tirano que governa o país com mão de
ferro e insensibilidade, tudo fez para que o vírus fizesse caminho. No começo
da tragédia, mesmo no início, quando não lhe convinha travar a peste, forçou o
mártir Dr. Li Wenliang a calar-se, obrigando-o a assinar uma confissão de que tinha
espalhado “falsos rumores”, como o MRPP fazia aqui a seguir ao 25 de Abril. Mais:
as primeiras vítimas, postas na Internet por chineses alarmados, desapareceram
e ainda hoje não se sabe do seu paradeiro. Entre nós, gostava de ouvir uma
palavra do PCP a denunciar estas prepotências, estes crimes, mas o que ouço é
louvores ao dirigente chinês, remetendo para Trump as mesmas acusações.
Dizem-me: “ele condenou e pôs na cadeia os dirigentes de Wuhan que não
estiveram à altura”. Os que assim falam, são os que combateram Salazar e a sua
censura. Ainda estão vivos, terão entre 60 e 80 anos, mas já se esqueceram que
o líder fascista, não era tão assassino e diabólico como este que está à frente
dos destinos de uma nação com biliões de seres humanos. Tal como no regime do
Estado Novo, a mentira é a principal arma que segura à cabeça dos governos
terroristas e ditadores. Transcrevo o lúcido e corajoso António Barreto no
Público de 15 deste mês: “Como é cada vez mais evidente e provado em relatórios
secretos, foi um acidente ocorrido nas instalações chinesas de investigação e
produção de vírus e bactérias destinados à guerra biológica e que de qualquer
maneira teriam o mundo ocidental como destino.”
- O tempo associou-se a estes dias de
negrume. Às janelas das nossas casas onde estamos apáticos a ver a vida passar,
junta-se a tristeza de não vermos no horizonte um sorriso do sol a dar-nos
esperança e coragem. Afundamo-nos na depressão cavada de anfractuosidades abissais. Estamos mortos de
tanto desejar viver. E ainda o enterro vai no adro.