terça-feira, março 03, 2020

Terça, 3. 
“Enfim” Portugal com duas ocorrências confirmadas de Covid-19. Contudo, a doença do pânico é mais perigosa que aqueles dois casos. Ontem na fnac passou por mim um casal com máscara. A dela estava absolutamente molhada, era até repugnante à vista. Mas os dois pareciam exibi-la com orgulho e satisfação.

         - Ontem a Teresa Magalhães dizia-me que passou sábado e domingo sem sair de casa porque “precisava de repousar”. Ficou dois dias circunscrita ao seu apartamento do Chiado mesmo em frente à Brasileira. Quer dizer que nem ao café foi, sendo seu hábito lá ir todos os dias tomar o garoto. Eu estou na mesma para o dia de hoje. Mas ao contrário dela, o meu descanso foi assaltado pela escrita, a preparação do almoço, as leituras. Não saí, mas não parei. Escrevo estas linhas às 12 horas e 34 minutos, os olhos postos nas macieiras que devia tratar com bordalesa se a tarde vier agradável.

         - Que raio de acordo foi aquele entre Trump e os Talian? Deve ser mais uma coisa do género do pacto com o copain da Coreia do Norte.


         - Tempo horroroso: chuva, vento e frio. Avanço considerável na biblioteca de cima. Trabalhei no Matricida esta manhã estudando os mapas da Crimeia onde a minha estória começa. O fogão a gás aceso, o Black aos meus pés. 15,45. Comecei o tratamento às macieiras.