Terça,
3.
“Enfim”
Portugal com duas ocorrências confirmadas de Covid-19. Contudo, a doença do
pânico é mais perigosa que aqueles dois casos. Ontem na fnac passou por mim um
casal com máscara. A dela estava absolutamente molhada, era até repugnante à
vista. Mas os dois pareciam exibi-la com orgulho e satisfação.
- Ontem a Teresa Magalhães dizia-me
que passou sábado e domingo sem sair de casa porque “precisava de repousar”.
Ficou dois dias circunscrita ao seu apartamento do Chiado mesmo em frente à
Brasileira. Quer dizer que nem ao café foi, sendo seu hábito lá ir todos os
dias tomar o garoto. Eu estou na mesma para o dia de hoje. Mas ao contrário dela,
o meu descanso foi assaltado pela escrita, a preparação do almoço, as leituras.
Não saí, mas não parei. Escrevo estas linhas às 12 horas e 34 minutos, os olhos
postos nas macieiras que devia tratar com bordalesa se a tarde vier agradável.
- Que raio de acordo foi aquele entre
Trump e os Talian? Deve ser mais uma coisa do género do pacto com o copain da Coreia do
Norte.
- Tempo horroroso: chuva, vento e
frio. Avanço considerável na biblioteca de cima. Trabalhei no Matricida esta manhã estudando os mapas
da Crimeia onde a minha estória começa. O fogão a gás aceso, o Black aos meus
pés. 15,45. Comecei o tratamento às macieiras.