Segunda,
16.
Marcelo,
demasiado tempo ausente de cena, entretanto preenchida por António Costa com
maestria, deixando de lado os toques mágicos e governando com pragmatismo,
consciente do momento difícil, anunciou que quarta-feira vai reunir o Conselho
de Estado para ver da hipótese de declarar o Estado de Emergência. Pitié, senhor Presidente! Não acrescente
mais drama ao pânico que por aí vai. Resguarde-se.
- Robin que eu contava ver em
Budapeste, encontra-se num estado preocupante. Tosse e mal-estar geral
confrangedor. Ainda por cima nem um termómetro tem casa e isolado num país cujo
governo de direita se recusa a fornecer números sobre o coronavírus. Ainda bem que eu arrepiei caminho e que se
lixe o dinheiro que perdi para o hotel ganancioso. Espero que os seus 20 anos
não o deixem derrapar para o pior.
- Ainda o apontamento de ontem sobre o
misterioso vírus. João Corregedor mais dado a acreditar na China, diz-me que
essa suspeita foi feita pelos chineses aos E.U.A.. Seja como for, isto prova
que António Barreto tem razão ao levantar o véu do crime contra a humanidade.
Estamos à mercê de três loucos: Xi Xinping ping ping, Putin e Trump. Os três
trabalham na sombra para destruir a liberdade em democracia e em concluiu com
as extremas-direitas que se vão instalando por todo o lado.
- Esta manhã saí para ir à padaria.
Por aqui alguma normalidade: carros em movimento, gente a entrar e sair dos
supers, pequenas lojas abertas. Como deve ser custoso passar o tempo
enclausurado num minúsculo andar em Lisboa ou noutra parte qualquer das cidades!
Nestas alturas, mais uma vez, invoco a minha escolha de vida. O isolamento não
só convida à descoberta do majestoso silêncio, como à defesa do solitário dos malefícios
do mundo.
- Escrevo à secretaria com o radiador
a gás aceso. Um frio cortante e um vento demoníaco surgiu logo de manhã cedo.
Impossibilitado de trabalhar lá fora, concentrei esforços e tempo na arrumação
dos livros. Dois tractores gradaram a vinha do meu vizinho durante todo o dia.
De manhã preparei o dossier hotel de Budapeste e enviei-o ao embaixador da
Hungria. À meia-tarde, 16,12.