domingo, março 15, 2020

Domingo, 15.
O meu retiro profilático não obedece aos cânones espirituais ou pandémicos, mas à máxima de Juvenal: mens sana in corpore sano. Ou seja uma vida regrada, simples e tranquila. Aquilo a que hoje se chama “o estilo de vida”. Para mim arquitectado nesta fórmula: comer pouco, trabalhar muito e dormir bem. Por isso a quarentena forçada em que se encontra a maioria dos portugueses, privados dos três significados que alimentam e norteiam as suas vidas, pouco dados a substância do saber e da curiosidade: comer bem, futebol e praia. Retirando-lhes estes doces prazeres, sentem-se ocos e não sabem o que fazer destes dias parados no tempo. Em casa têm a televisão, um colchão para dormir e pouco mais. Acham que é um desperdício não gozar estas tardes soalheiras, os estádios de futebol vazios, as praias desertas. O mundo não acaba com a ofensiva de um vírus, morre do tédio de vidas vazias.

         - Fui comprar o Público porque para mim ler o jornal em papel dá-me prazer e dispenso a gélida leitura do tablet ou computador. Logo dei com a página de António Barreto de uma lucidez impressionante e não só, corajosa também e que recomendo vivamente aos meus leitores. Vejamos só o primeiro parágrafo. “É tão fácil perceber! Os responsáveis pela pandemia e por esta loucura gerada à sua volta são os chineses, o respectivo Governo, as suas Forças Armadas, os seus industriais e os seus comerciantes. Internamente aproveitam para reforçar a ditadura. Externamente, perturbam o mundo inteiro, fazem mal aos Estados Unidos e aos europeus, promovem as vendas dos seus produtos farmacêuticos e fazem subir os preços dos seus produtos industriais e electrónicos. Quanto ao número de chineses mortos, ou se trata de mentira descarada permitida pela censura daquele país ou então é verdade, mas não tem muita importância, dado que eles têm uma noção diferente da vida e da morte das pessoas e que, de qualquer maneira, há tantos chineses.” O segundo parágrafo esclarece o primeiro. “Como é cada vez mais evidente e provado em relatórios secretos, foi um acidente ocorrido nas instalações chinesas de investigação e produção de vírus e bactérias destinados à guerra biológica e que de qualquer maneira teriam o mundo ocidental como destino.”
         
         Eu, não sabendo destes crimes, intui que devia haver qualquer coisa que nos escondiam. Por outras palavras, responsabilizei e acusei Xi Jinping ping ping de criminoso, até por uma razão simples e apontada mais adiante por Barreto: nenhum dirigente da nomenclatura chinesa foi picado pela besta laboratorial. Não foi por acaso que o médico que descobriu o veneno, foi mandado calar e ameaçado, assim como as primeiras vítimas provavelmente assassinadas.  O mundo é governado por um punhado de criminosos: Jinping, Trump, Putin,Bolsonaro, King Jong-un, Recep Tayyip Erdogan. Esta clique de delinquentes, está concertada para destruir a liberdade e a democracia, sobretudo na Europa e onde ela, embora timidamente, se vai instalando.  

         - Macron, o pobre homem, decretou a etapa 3 do programa de combate a Covid-19. Mandou fechar restaurantes, cafés, discotecas, bares e só permite lojas de produtos alimentares, farmácias, bombas de gasolina abertas. Todavia, curiosamente, manteve a ida às urnas para as legislativas, na esperança que as suas iniciativas contem para as presidenciais. Costa, num país pobre, foi mais longe que ele nas ajudas financeiras.

         - Fortuna ligou-me. Devolvi-lhe a chamada e encontrei-o com tosse, constipado e febre. Assustei-me e aconselhei-o a telefonar para o Centro de Saúde. Recusou. A argumentação é sempre a mesma e não há quem o demova das suas ideias. Depois perguntei: “Telefonou-me porque razão? – Olhe apenas porque queria ouvir a sua voz.” Entupi de emoção e retorqui: “Estou sem fala. – Então que quer você é uma pessoa especial.” Bref.

         - 137 países atingidos pelo coronavírus.  Xièxiè ui xiãnshêng ping ping.


         - Antes de fechar as portadas ao crepúsculo ventoso e frio, assisti pelo ARTE ao majestoso Concerto para Violão nº 2 de Bach, com a virtualíssima Hilary Hahn.