Domingo,
15.
O
meu retiro profilático não obedece aos cânones espirituais ou pandémicos, mas à
máxima de Juvenal: mens sana in corpore
sano. Ou seja uma vida regrada, simples e tranquila. Aquilo a que hoje se
chama “o estilo de vida”. Para mim arquitectado nesta fórmula: comer pouco,
trabalhar muito e dormir bem. Por isso a quarentena forçada em que se encontra
a maioria dos portugueses, privados dos três significados que alimentam e
norteiam as suas vidas, pouco dados a substância do saber e da curiosidade:
comer bem, futebol e praia. Retirando-lhes estes doces prazeres, sentem-se ocos
e não sabem o que fazer destes dias parados no tempo. Em casa têm a televisão,
um colchão para dormir e pouco mais. Acham que é um desperdício não gozar estas
tardes soalheiras, os estádios de futebol vazios, as praias desertas. O mundo
não acaba com a ofensiva de um vírus, morre do tédio de vidas vazias.
- Fui comprar o Público porque para
mim ler o jornal em papel dá-me prazer e dispenso a gélida leitura do tablet ou computador. Logo dei com a
página de António Barreto de uma lucidez impressionante e não só, corajosa
também e que recomendo vivamente aos meus leitores. Vejamos só o primeiro
parágrafo. “É tão fácil perceber! Os responsáveis pela pandemia e por esta
loucura gerada à sua volta são os chineses, o respectivo Governo, as suas
Forças Armadas, os seus industriais e os seus comerciantes. Internamente
aproveitam para reforçar a ditadura. Externamente, perturbam o mundo inteiro,
fazem mal aos Estados Unidos e aos europeus, promovem as vendas dos seus
produtos farmacêuticos e fazem subir os preços dos seus produtos industriais e
electrónicos. Quanto ao número de chineses mortos, ou se trata de mentira
descarada permitida pela censura daquele país ou então é verdade, mas não tem
muita importância, dado que eles têm uma noção diferente da vida e da morte das
pessoas e que, de qualquer maneira, há tantos chineses.” O segundo parágrafo
esclarece o primeiro. “Como é cada vez mais evidente e provado em relatórios
secretos, foi um acidente ocorrido nas instalações chinesas de investigação e
produção de vírus e bactérias destinados à guerra biológica e que de qualquer
maneira teriam o mundo ocidental como destino.”
Eu, não sabendo destes crimes, intui
que devia haver qualquer coisa que nos escondiam. Por outras palavras, responsabilizei
e acusei Xi Jinping ping ping de criminoso, até por uma razão simples e
apontada mais adiante por Barreto: nenhum dirigente da nomenclatura chinesa foi
picado pela besta laboratorial. Não foi por acaso que o médico que descobriu o
veneno, foi mandado calar e ameaçado, assim como as primeiras vítimas
provavelmente assassinadas. O mundo é
governado por um punhado de criminosos: Jinping, Trump, Putin,Bolsonaro, King
Jong-un, Recep Tayyip Erdogan. Esta clique de delinquentes, está concertada
para destruir a liberdade e a democracia, sobretudo na Europa e onde ela,
embora timidamente, se vai instalando.
- Macron, o pobre homem, decretou a
etapa 3 do programa de combate a Covid-19. Mandou fechar restaurantes, cafés,
discotecas, bares e só permite lojas de produtos alimentares, farmácias, bombas
de gasolina abertas. Todavia, curiosamente, manteve a ida às urnas para as legislativas,
na esperança que as suas iniciativas contem para as presidenciais. Costa, num
país pobre, foi mais longe que ele nas ajudas financeiras.
- Fortuna ligou-me. Devolvi-lhe a
chamada e encontrei-o com tosse, constipado e febre. Assustei-me e aconselhei-o
a telefonar para o Centro de Saúde. Recusou. A argumentação é sempre a mesma e
não há quem o demova das suas ideias. Depois perguntei: “Telefonou-me porque
razão? – Olhe apenas porque queria ouvir a sua voz.” Entupi de emoção e
retorqui: “Estou sem fala. – Então que quer você é uma pessoa especial.” Bref.
- 137 países atingidos pelo
coronavírus. Xièxiè ui xiãnshêng ping ping.
- Antes de fechar as portadas ao crepúsculo ventoso e frio,
assisti pelo ARTE ao majestoso Concerto para Violão nº 2 de Bach, com a virtualíssima
Hilary Hahn.