sexta-feira, março 13, 2020

Sexta, 13 (ui, já fui tão feliz com esta coincidência!).
Que dizer quando um terramoto se abateu sobre as nossas cabeças? O Primeiro-Ministro decretou ontem um conjunto de medidas que poderão salvar-nos do pior: escolas, creches e universidades fechadas, suspensão de jogos de futebol (enfim, a praga deixa-nos por uma vez e nesse aspecto bendito coronavírus), restaurantes a meio gás, centros comerciais vigiados, discotecas fechadas, trabalhadores enclausurados em casa a laborar utilizando o computador, consultas e exames não urgentes suspensos, solicitação de todos os médicos e enfermeiros reformados convidados a ajudar, enfim, um exército  mobilizado para fazer face ao inimigo invisível que reside em cada um de nós e nos pode atacar quando menos esperamos. “Esta é uma luta pela nossa própria sobrevivência”, disse Costa e tem toda a razão.

         - Simplesmente, como somos um povo de idiotas e inconscientes, logo nos despachámos em força para a beira-mar inundando praias e centros comerciais, como se estivéssemos  de férias e não em isolamento profilático. Pior ainda. As prateleiras dos supermercados estão vazias, um assalto ridículo e boçal, tomou conta desta gente ignorante, ávida, obtusa. Vejo-os de carrinhos atulhados, um sorriso lorpa assomado aos rostos rechonchudos, exibindo a satisfação de quem se prepara para a guerra. Que povo, Santo Deus! Admiro António Costa forçado a governar com gentalha desta qualidade.


         - Justamente, como fico mais por casa, acabei esta manhã a pincelada de bordalesa no resto das árvores. Ufa! Posso a partir de agora dedicar-me com persistência ao corte da erva daninha com um metro em frente da casa e no jardim. A quarentena que me propus fazer (mais ou menos não estando como julgo contaminado), vai-me abrir espaços de criatividade e trabalho em vários domínios. Aguentem os rins e o cansaço não seja demasiado.  Fora e dentro de casa, a labuta não falta e o entusiasmo também não.