Sexta, 13 (ui, já fui tão feliz com esta coincidência!).
Que
dizer quando um terramoto se abateu sobre as nossas cabeças? O
Primeiro-Ministro decretou ontem um conjunto de medidas que poderão salvar-nos
do pior: escolas, creches e universidades fechadas, suspensão de jogos de
futebol (enfim, a praga deixa-nos por uma vez e nesse aspecto bendito
coronavírus), restaurantes a meio gás, centros comerciais vigiados, discotecas
fechadas, trabalhadores enclausurados em casa a laborar utilizando o computador,
consultas e exames não urgentes suspensos, solicitação de todos os médicos e
enfermeiros reformados convidados a ajudar, enfim, um exército mobilizado para fazer face ao inimigo
invisível que reside em cada um de nós e nos pode atacar quando menos
esperamos. “Esta é uma luta pela nossa própria sobrevivência”, disse Costa e
tem toda a razão.
- Simplesmente, como somos um povo de
idiotas e inconscientes, logo nos despachámos em força para a beira-mar inundando praias e centros comerciais, como se estivéssemos de férias e não em isolamento profilático.
Pior ainda. As prateleiras dos supermercados estão vazias, um assalto ridículo
e boçal, tomou conta desta gente ignorante, ávida, obtusa. Vejo-os de carrinhos
atulhados, um sorriso lorpa assomado aos rostos rechonchudos, exibindo a
satisfação de quem se prepara para a guerra. Que povo, Santo Deus! Admiro António
Costa forçado a governar com gentalha desta qualidade.
- Justamente, como fico mais por casa,
acabei esta manhã a pincelada de bordalesa no resto das árvores. Ufa! Posso a
partir de agora dedicar-me com persistência ao corte da erva daninha com um
metro em frente da casa e no jardim. A quarentena que me propus fazer (mais ou
menos não estando como julgo contaminado), vai-me abrir espaços de criatividade
e trabalho em vários domínios. Aguentem os rins e o cansaço não seja demasiado.
Fora e dentro de casa, a labuta não
falta e o entusiasmo também não.