terça-feira, outubro 30, 2018

Segunda, 29.
Sob um frio arrasador, na companhia de Robert e Francis que apareceu de improviso para me ver, fui ao centro da cidade opinar da escolha de um aparelho de cozinha para o nosso amigo. Depois vagueei pela Place Clichy e desci a S. Michel para almoçar e procurar as Memórias de Simone de Beauvoir para oferecer a Annie. Aos livros dediquei uma parte substancial da tarde, antes de me sentar num bistro diante de um chocolat chaud a ver a vida terminar gélida debaixo dos meus olhos iluminados pelo prazer do movimento das ruas, das pessoas, das luzes, da noite descendo sobre o Sena.

         - Se os meus sentidos flutuam felizes nos dias ternos que me cabem, o mundo resvala cada vez mais para o suicídio colectivo. Só este fim-de-semana morreram 11 pessoas no atentado à sinagoga de Pittsburgh, nos Estados Unidos. Um louco anti-semita, munido do arsenal necessário, gritando “todos os judeus têm de morrer”, disparou em todas as direcções. Foi ferido e capturado. O que se segue vai de par com o seu gesto. Mas também um avião da Indonésia caiu com 189 pessoas a bordo. Pensa-se que não há sobreviventes.


         - Como se previa, graças às loucuras da esquerda brasileira, Bolsonaro ganhou confortável com 55 por cento dos votos. Do que leio na imprensa portuguesa, os velhos do Restelo, crispam-se com a vitória e disparam bombas nucleares sobre o mandato do vencedor. Nenhum faz meia-culpa pelos erros praticados, os roubos e os abusos do poder da esquerda que sustentou Lula da Silva. São fortes na propaganda, fracos no reconhecimento da vontade do povo em eleições livres.