Quinta,
4.
Que
formidável campanha a que se prestou o canal 2 da televisão francesa em favor
do casal Macron. Um longo documentário tentando convencer a opinião pública do
amor que ambos nutrem um pelo outro, apesar dos quase trinta anos de diferença
e não obstante o que se diz da homossexualidade dele, etc. Tudo se viu e ouviu.
Um chorrilho de amigos a botar louvores à originalidade do couple, tudo porque a tabela de popularidade de Chou Chou está
pelas ruas da amargura e os seus mais fiéis colaboradores a acenarem -lhe bye bye baby.
- A moda daquelas e daqueles que se
aproveitaram das somas e gozos íntimos em camas douradas, veio para ficar.
Muitos, trinta, quarenta anos depois da pouca vergonha do sexo passageiro,
bateram à porta dos “abusadores” a pedirem verbas astronómicas pelos traumas e
dores de uma noite de verão airosa. O rapazinho que aos vinte anos quis
garimpar na fama e dormiu com o realizador de cinema ou actor famoso, a menina
que gostava de andar nas capas dos jornais, gabando-se de ter feito sexo com
este e aqueloutro, mostrando as joias e as lentejoulas que a celebridade lhe
comprou, enfim, todo esse mundo marginal e romanesco, apresenta agora a factura
aos seus já velhos românticos e machistas atiçadores do delírio carnal. É o
caso de Cristiano Ronaldo com uma jovem americana. O jogador invoca princípios
castos (morde aqui a ver se eu deixo), ela apresenta o acordo que aceitou fazer
com ele para se calar. Moral da história: dinheiro a mais na bolsa de gente
inculta, é uma bomba ao retardador. Porque um jogador de futebol, cortejado
como todos são, sem cultura nem regras de vida, evidentemente que crê que o
mundo deve estar de joelhos a render-lhe todas as homenagens e a permitir-lhe
todas as arrogâncias e fantasias.