terça-feira, outubro 30, 2018

Quinta, 4.
Que formidável campanha a que se prestou o canal 2 da televisão francesa em favor do casal Macron. Um longo documentário tentando convencer a opinião pública do amor que ambos nutrem um pelo outro, apesar dos quase trinta anos de diferença e não obstante o que se diz da homossexualidade dele, etc. Tudo se viu e ouviu. Um chorrilho de amigos a botar louvores à originalidade do couple, tudo porque a tabela de popularidade de Chou Chou está pelas ruas da amargura e os seus mais fiéis colaboradores a acenarem -lhe bye bye baby. 


         - A moda daquelas e daqueles que se aproveitaram das somas e gozos íntimos em camas douradas, veio para ficar. Muitos, trinta, quarenta anos depois da pouca vergonha do sexo passageiro, bateram à porta dos “abusadores” a pedirem verbas astronómicas pelos traumas e dores de uma noite de verão airosa. O rapazinho que aos vinte anos quis garimpar na fama e dormiu com o realizador de cinema ou actor famoso, a menina que gostava de andar nas capas dos jornais, gabando-se de ter feito sexo com este e aqueloutro, mostrando as joias e as lentejoulas que a celebridade lhe comprou, enfim, todo esse mundo marginal e romanesco, apresenta agora a factura aos seus já velhos românticos e machistas atiçadores do delírio carnal. É o caso de Cristiano Ronaldo com uma jovem americana. O jogador invoca princípios castos (morde aqui a ver se eu deixo), ela apresenta o acordo que aceitou fazer com ele para se calar. Moral da história: dinheiro a mais na bolsa de gente inculta, é uma bomba ao retardador. Porque um jogador de futebol, cortejado como todos são, sem cultura nem regras de vida, evidentemente que crê que o mundo deve estar de joelhos a render-lhe todas as homenagens e a permitir-lhe todas as arrogâncias e fantasias.