Quinta, 11.
A
terra, volta que não volta, vinga-se dos seus habitantes. Na América ventos com
200 k/h, no Japão inundações monstruosas que levaram tudo na frente, centenas
de mortes, como na Indonésia, terramotos e milhares de deslocados. Estas mudanças bruscas, estas agressões ao desarranjo
quotidiano que ninguém consegue prever e muito menos impedir, tem trazido mais
razão aqueles que acreditam que estes fenómenos têm origem na forma de vida
construída contra o Planeta e o seu equilíbrio. Eu não sei. O que sei é que não
se pode continuar a viver nesta desenfreada sociedade de consumo onde o lucro
que é imediato, é mais importante que a vida do homem na terra. Se há que mudar
e eu estou de acordo, que se comece pelas grandes empresas, as multinacionais,
que são quem alimenta a cede de consumo desenfreado.
- Outro dia, chegado de Lisboa,
encontrei na caixa de correio uma ordem de apresentação na GNR como arguido em
algo que a notificação não dizia. Pensei ser queixa do bombeiro que me queria
extorquir-me 300 euros para me cortar a vela que cá deixou e um dos rapazes que
ainda andam a tratar o terreno a deitou abaixo por “dê-me o que quiser”. Afinal
era porque eu, armado em gabiru, meti 30 euros de gasolina e “fugi” sem pagar.
O GNR, extremamente simpático que se residisse nos Estados Unidos ganharia
milhões a fazer filmes eróticos, esclareceu-me que tipos como eu, despistados,
ouve ele centenas por mês. Como a polícia está ao serviço da Galp que paga um
euro ao Estado por cada infractor, os policias foram transformados em
cobradores.