segunda-feira, março 12, 2018

Segunda, 12.
Diz-me um leitor: “O Helder devia publicar estes textos.” Não é o primeiro que se exprime neste sentido. Contudo, ao lê-lo, percebi tratar-se de alguém no mínimo bem educado. Porque hoje, parece que todos nós andámos nos bancos da escola juntos e somos todos camaradas desde a adolescência. É ver a televisão onde se tutoyer é uma moda que veio para ficar. Para não falar do desagradável “você”, pronomes que o meu leitor não utiliza mostrando a sua boa formação. Justamente por isso ele faz a diferença. Quanto a mim adoro ilhas quaisquer que elas sejam. A família como grupo gregário, diz-me muito pouco. Então a “grande família” vendida nas televisões, é um susto de vulgaridade, possidonismo, hipocrisia.

         - Andei a saltar de transporte em transporte a fugir às greves da CP e Fertagus. Não podia faltar a uma consulta no dentista e fiz-me ao vendaval sem saber se conseguia chegar a tempo ao Chiado. Se tivesse um pied a terre em Lisboa, ficava lá esta semana já que tenho compromissos para quarta, quinta e sexta-feira. Apesar disso consegui chegar a casa a tempo de ver Échappées Belles.

         - Este ano as primeiras árvores a florir, foram as amendoeiras. Mas a semana passada pelo menos uma das ameixeiras, estendeu os braços floridos de um branco rendado. Não tarda, mesmo antes da Primavera, outras árvores sorriem transformando este lugar num paraíso imenso de força e vida.


         - Enfim, um dia abastado de sol claro e quente. Depois das trevas de três semanas ininterruptas, noites e dias, de grossas cordas de água, eis que nos reencontrámos com o nosso tempo mediterrânico gratificados com as barragens cheias do líquido essencial à vida.