Domingo,
11.
As
mulheres que me perdoem, mas acho que a paridade nas empresas e nas
instituições públicas entre sexos, que os políticos tanto apregoam, só vos é
prejudicial. Não vão na cantiga. Pensem pelas vossas cabeças e não alinhem na
hipocrisia. Não é pelo facto de haver tantos homens e tantas mulheres numa
empresa que essa empresa fica melhor apetrechada para os desafios do futuro,
nem é por isso que as leis são melhor construídas e aplicadas. Batam-vos pela
competência, pela seriedade, utilizem a sensibilidade e a vossa extraordinária
capacidade de trabalho e entrem assim apetrechadas a competir com os homens.
Não queiram o seu favor na distribuição de cargos e tarefas. Por este caminho,
não tarda dirão de vós que sois medíocres e que vos têm de suportar porque os
obrigam a cumprir as estatísticas. As grandes mulheres que felizmente a Europa
teve e tem, nunca se preocuparam com essas modas que só favorizam os políticos e
contaminam e arrastam a unanimidade que segue as modas, a informação alimentada
pelo populismo e o sectarismo. Lutem por trabalho igual e salário igual,
desafiem os homens que na sua maioria, grosso modo, são uns pobres de espírito,
dependentes de vós dentro e fora de casa, sem independência nem orgulho próprio,
fracos e tatibitates. Os políticos querem votos à vossa custa, uma vez
instaladas nos cargos que os homens vos dedicam, satisfeita a ordem
estatística, vocês não contam para nada. Pelo contrário, vocês vão juntar mais
trabalho ao trabalho. Quem sofre com isso são vocês e os vossos filhos. O homem
de mentalidade mesquinha e machista, conservadora e puritana, fica de lado. As
tarefas mais duras chuta-as para quem o serve – a mulher. Não queiram,
sobretudo, equiparar-se a eles. É muito mais criativo, excitante, progressista
haver na terra a definição explicita, clara e neta, entre homens e mulheres. É com
essa riqueza, essa diferença que Deus nos criou, um a um, uma a uma, para que possamos
ser um só.
- O artigo de José Manuel dos Santos, Jacques de Bascher Deus de Lagerfeld, Diabo
de Saint Laurent na revista Epicur que
o Guilherme me trouxe quando cá esteve, é o artigo típico que denuncia o seu
criador. Evidentemente que o autor está-se nas tintas para isso e faz muito
bem. Se nos preocuparmos demasiado com aquilo que pensa a família, os vizinhos,
os concidadãos, não há literatura digna desse nome – pura e simplesmente
desaparece.