quarta-feira, março 14, 2018

Quarta, 14.
Eu bem previno, mas ninguém me escuta. Que importa! É meu dever continuar a denunciar aquilo que me parece ofende a democracia e, sobretudo, os meus concidadãos. O futebol, apesar das evidências maléficas - alienação, exacerbação das paixões, corrupção, máfia e rede de interesses - arrasta políticos e dirigentes desportivos que, fora do campo, minam os adeptos incitando-os ao desastre. As cenas lamentáveis de violência sucedem-se e ameaçam transformar os recintos desportivos num campo de batalha. A última chega da Grécia. Um dirigente avança pelo recinto onde a partida decorria de arma em punho! Por cá, acompanhando a via-sacra habitual dos políticos corruptos pelos tribunais, andam os presidentes e serventuários do futebol. Se é verdade o que os jornais nos contam, o futebol possui a capacidade de destruir todo o sistema de defesa e de justiça da nação. Nós olhamos para aqueles rostos primitivos, ouvimos aquele português primário e perguntamo-nos como é possível que gente daquela tenha tanto poder. Mas depois, reflectindo, chegamos à conclusão que quando muito possuem a designada esperteza saloia. A inteligência e o conhecimento, está nos que vêm de fora: gestores gananciosos, governantes ambiciosos, futebolistas na reforma, árbitros de pé descalço, advogados residentes nas centrais resplandecentes que conseguem fazer dos criminosos santos de altar.


         - O mau tempo está de regresso. Ainda bem que ontem avancei um pouco na roça da erva daninha. Antes de dar um salto a Lisboa, quero ir fazer uma hora de natação. Mas com esta invernia...