Quarta, 14.
Eu bem previno, mas ninguém me escuta. Que importa! É meu
dever continuar a denunciar aquilo que me parece ofende a democracia e,
sobretudo, os meus concidadãos. O futebol, apesar das evidências maléficas -
alienação, exacerbação das paixões, corrupção, máfia e rede de interesses -
arrasta políticos e dirigentes desportivos que, fora do campo, minam os adeptos
incitando-os ao desastre. As cenas lamentáveis de violência sucedem-se e
ameaçam transformar os recintos desportivos num campo de batalha. A última chega
da Grécia. Um dirigente avança pelo recinto onde a partida decorria de arma em
punho! Por cá, acompanhando a via-sacra habitual dos políticos corruptos pelos
tribunais, andam os presidentes e serventuários do futebol. Se é verdade o que
os jornais nos contam, o futebol possui a capacidade de destruir todo o sistema
de defesa e de justiça da nação. Nós olhamos para aqueles rostos primitivos,
ouvimos aquele português primário e perguntamo-nos como é possível que gente
daquela tenha tanto poder. Mas depois, reflectindo, chegamos à conclusão que
quando muito possuem a designada esperteza saloia. A inteligência e o
conhecimento, está nos que vêm de fora: gestores gananciosos, governantes ambiciosos,
futebolistas na reforma, árbitros de pé descalço, advogados residentes nas
centrais resplandecentes que conseguem fazer dos criminosos santos de altar.
- O mau tempo
está de regresso. Ainda bem que ontem avancei um pouco na roça da erva daninha.
Antes de dar um salto a Lisboa, quero ir fazer uma hora de natação. Mas com
esta invernia...