sábado, março 10, 2018

Sábado, 10.
Evidentemente, devido ao pânico geral pelo estado de conservação da ponte sobre o Tejo, todos combinados – membros do Governo, engenheiros, entendidos em pontes, gabinetes de estudos – vieram serenar os ânimos afirmando que a ponte 25 de Abril é segura. O costume. Talvez seja até não cair. Sabemos agora que os trabalhos começarão em breve, vão durar dois anos e custam 20 milhões de euros. Quem paga esta fortuna? Ora, quem há-de ser, os contribuintes. Porque a exploração pertence a Lusoponte. Quer dizer Cavaco Silva que deu de mão beijada a mina de oiro aos privados, deixou para os que nela passam a factura a liquidar e... com língua de fora.

         - Ontem, apesar das toneladas de água que apanhei, não deixei de ir ao encontro do João e do Guilherme. Que diabo! A vida tem que continuar. Tivemos um farto e muito bom almoço no Restaurante das Flores, na rua do mesmo nome, por um preço e atendimento que põe a léguas os seus congéneres caros, saloios e onde se vai para ser visto. Para além de que ali, a maravilhosa cozinha portuguesa, feita à moda antiga, é de comer e chorar por mais. Há muito, muito tempo que não comia fora de casa com prazer uma refeição constituída por sopa de grão de bico, arroz com peixe, arroz doce para sobremesa e um vinho de Borba a acompanhar, café tudo por 13 euros! 

         - Dali, andámos meia dúzia de metros, ao encontro do Carlos no bar em frente a Casa da Imprensa. Longas e apaixonadas discussões sobre arte, pintores, escolas artísticas, etc. Deixámos o pub, tarde. João Corregedor, prometeu-me que era desta que o seu amigo, director de uma importante editora nortenha, vai apreciar o meu romance.  


         - O mau tempo não nos deixa, relembrando o velho ditado “não há fome que não dê em fartura”. De facto, uma boa parte das albufeiras e barragens a norte de Lisboa, estão já com stocks suficientes de água para o Verão, embora abaixo do Tejo ainda haja muita apreensão. O que sobra de duas semanas ininterruptas de ventos fortes, trovoadas e chuva torrencial, são muitos estragos e alguns de monta por todo o país, sem deixar de lamentar também as mortes.