Quinta, 1 de Março.
A
noite foi medonha de uivos e fúrias do vento tresloucado. Pelo meio, houve um
corte de energia e lá fora os demónios andaram soltos até de madrugada. Dormi
como é meu hábito de uma assentada sete horas e quando acordei, escutando a
ladainha dos aflitos, puxei o edredão até às orelhas e deixei-me estar por mais
meia-hora a ouvir a sinfonia da tempestade. O oposto dos inúmeros estragos que
o país de Norte a Sul tem sofrido, é a possibilidade de um Verão sem escassez
de água.
- Justamente. As autarquias que sabiam
da lei que o Governo impõe e bem para que cuidem dos caminhos e matas
salvaguardando as populações e vilas dos incêndios devastadores do ano passado,
onde morreram mais de uma centena de pessoas, os nossos queridos autarcas,
estão num lamento porque não têm dinheiro nem tempo para cumprir a lei de...
2006. Pedem, por isso, mais dinheiro e o adiamento do prazo que deve terminar a
15 de Abril. No nosso país há dois sectores que adoram dinheiro e são sempre
insaciáveis: os socialistas e os autarcas de todos os partidos.
- Iniciei a leitura de La Jeune Moabite de Matzneff. Logo na
página 21 (Ed. Gallimard) deparo com esta entrada bem matzneviana: 12,50 h. Toujours dans le train. Je relis au
hasard deux chapitres (le VI et le XIII) d´Ivre du vin perdu. Quel livre
extraordinaire. (O livro “extraordinário” é ele o autor.)