Domingo,
18.
Ontem
nevou abundantemente em Paris e ao telefone de tal modo ela regelava os amigos
que dela me falavam. Nós por cá também a tivemos constante na Serra da Estrela.
Que Primavera aí vem!
- A propósito do turismo de massas que
eu detesto, Gabriel Matzneff registou no seu diário, 27 de Junho de 2015, que
eu assino de cruz: “On veut nous faire croire que se tourisme de masse est
indispensable à la prospérité de la planète. C´est faux. Les troupeaux
d´abrutis a grosses valises qui font en permanence la queue devant les guichets
d´embarquement des aéroports sont une catástrofe humaine, écologique, et
surtout spirituelle. Si les gens cessaient de voyager, restaient tranquillement
chez eux, cela aurait un effet dépollueur, purificateur, dans tous les domaines.”
La jeune Moabite, pag. 272,
Gallimard.
- O Brasil está na rua em protesto
contra a morte da activista pelos direitos dos pobres e dos negros, Marielle
Franco. Tinha acabado de falar num comício sobre o papel das mulheres negras,
quando quatro tiros disparados de um carro que a seguiu quando ia com o
motorista de regresso a casa. Vereadora e condutor foram mortos. Tudo leva a
crer que o crime saiu directamente da polícia militar ou do exército, alvos
permanentes dos seus ataques. Como saber? Num país de criminosos a todos os
níveis, tanto pode ter sido um qualquer fanático, como o próprio Presidente da
República. É tudo igual!
- Esta manhã cheguei à lindíssima
igreja do Senhor do Bonfim, um pouco antes da missa. Encontrei umas quantas
mulheres religiosas da menopausa activa, afadigadas a ensaiar novos cânticos, a
arranjar o altar, a distribuir folhas com a liturgia dominical. Ofereci o
sacrifício da missa, em memória da Maria (plasmada em Madame Juju) com quem
sonhei há duas noites e por todos os amigos que perdi. Também tinha a esperança
de encontrar o pregador-filósofo, mas em seu lugar reencontrei o sacerdote
habitual de serviço, bela voz, ideias claras dentro do cânone da Igreja.