Quinta, 15.
A confusão, os crimes contra a natureza, a atarantação dos
agricultores, os dinheiros que o Governo diz que pagou e os prejudicados com os
incêndios do Verão negam, as autarquias que nunca fizeram o trabalho que lhes
competia e agora ameaçam multar os que não limpem os terrenos, enfim, a
habitual governação nacional com o tradicional desrespeito pelas pessoas, a
arrogância de leis com absoluto desconhecimento do que é o campo, os custos de
manutenção, impondo em dois meses aquilo que tantos governos não conseguiram
fazer em trinta anos. Por aqui e decerto por todo o lado, há uma devastação de
árvores, cortadas a eito, um crime impulsionado pelo Mágico cedendo ao
populismo de Marcelo, árvores que levaram muitos anos a crescer e são
indispensáveis ao equilíbrio nosso e do ambiente: oliveiras, pinheiros,
sobreiros, diversas árvores de fruto. A irresponsabilidade deste Governo
vai-nos custar muito caro. Aquilo que os incêndios não levaram, partiu agora num
atentado contra o ambiente, o clima, o património e a condição humana. É tão
fácil e pode dar votos legislar sentado a uma secretária! Aos lacaios basta cumprirem.
De contrário, multas para cima. Uma pergunta inocente: em que é que esta
política difere da do Estado Novo? O PCP não tem nada a dizer? Pelos visto,
não.
- Todavia, o
progresso e a riqueza apregoada pelos socialistas, derrapa. Só eles não vêem o
que é manifesto e sente-se por todo o lado: o fim da magia. Os truques do
Mágico vão sendo a pouco e pouco descobertos. Ei-los: greves dos professores,
CP, Fertagus, Soflusa, perigos nas estruturas das pontes, nos barcos do Tejo, doentes
sem medicamentos urgentes, vias férreas sem manutenção, os deficientes
enganados com o PSI, o laxismo total que põe em risco milhares de vidas, etc.,
etc. Tudo pela sofreguidão do poder. É preciso apresentar resultados à UE,
ganhar a maioria nas próximas eleições, manter o PIB e as merdelhices que
economistas bastardos impõem contra tudo e, sobretudo, contra todos. Até o
ministro Pedro Marques que eu sempre elogiei, parece ter perdido a competência.
Que raiva!
- Eu não
distingo as acções terroristas e criminosas dos barbudos do Daesh das
empreendidas por Putin, em Londres. Já não é a primeira vez que ex-espiões
russos refugiados no Reino Unido, aparecem assassinados com produtos químicos.
Há dias mais dois cidadãos, pai e filha, inalaram uma substância que os pôs à
beira da morte. A senhora Theresa May mandou fazer um inquérito e buscas no bar
onde o crime aconteceu. A conclusão não deixa margem para dúvidas: o tirano de
Moscovo não olha a meios para liquidar os seus adversários. Não sei que efeito
sobre Moscovo possa ter a expulsão de 23 diplomatas russos, de todo o modo é
uma posição.
- Ontem, nos
balneários da piscina da vila, os idosos conversavam sobre doenças. Um dizia
que tinha de tomar uma droga que lhe “tirava o tesão” para a próstata, outro
era o colesterol demasiado alto, outro ainda a tensão. Um festival de decrepitude!
Ocorrem-me estas palavras de Oscar Wilde: “Les jeunes gens veulent être fidèles
et ne le peuvent pas, les vieillards veulent être infidèles et ne le peuvent
pas.”
- Esta tarde
entreguei na Deco o dossier sobre o abuso e prepotência da nossa amantíssima Câmara
de Palmela. O João Corregedor disse-me que eles têm advogados que se ocupam de
defender os infelizes tiranizados pelas autarquias. De facto, disse-me a
funcionária que me atendeu, no top dos protestos, estão as somas astronómicas
que os munícipes pagam pela água.
- Acabei de
chegar da vernissage do Carlos Rocha
Pinto na galeria Malangatana, a Santa Apolónia. Prazer de encontrar uma data de
muitos amigos, alguns não via há anos.