quinta-feira, março 15, 2018

Quinta, 15.
A confusão, os crimes contra a natureza, a atarantação dos agricultores, os dinheiros que o Governo diz que pagou e os prejudicados com os incêndios do Verão negam, as autarquias que nunca fizeram o trabalho que lhes competia e agora ameaçam multar os que não limpem os terrenos, enfim, a habitual governação nacional com o tradicional desrespeito pelas pessoas, a arrogância de leis com absoluto desconhecimento do que é o campo, os custos de manutenção, impondo em dois meses aquilo que tantos governos não conseguiram fazer em trinta anos. Por aqui e decerto por todo o lado, há uma devastação de árvores, cortadas a eito, um crime impulsionado pelo Mágico cedendo ao populismo de Marcelo, árvores que levaram muitos anos a crescer e são indispensáveis ao equilíbrio nosso e do ambiente: oliveiras, pinheiros, sobreiros, diversas árvores de fruto. A irresponsabilidade deste Governo vai-nos custar muito caro. Aquilo que os incêndios não levaram, partiu agora num atentado contra o ambiente, o clima, o património e a condição humana. É tão fácil e pode dar votos legislar sentado a uma secretária! Aos lacaios basta cumprirem. De contrário, multas para cima. Uma pergunta inocente: em que é que esta política difere da do Estado Novo? O PCP não tem nada a dizer? Pelos visto, não.

         - Todavia, o progresso e a riqueza apregoada pelos socialistas, derrapa. Só eles não vêem o que é manifesto e sente-se por todo o lado: o fim da magia. Os truques do Mágico vão sendo a pouco e pouco descobertos. Ei-los: greves dos professores, CP, Fertagus, Soflusa, perigos nas estruturas das pontes, nos barcos do Tejo, doentes sem medicamentos urgentes, vias férreas sem manutenção, os deficientes enganados com o PSI, o laxismo total que põe em risco milhares de vidas, etc., etc. Tudo pela sofreguidão do poder. É preciso apresentar resultados à UE, ganhar a maioria nas próximas eleições, manter o PIB e as merdelhices que economistas bastardos impõem contra tudo e, sobretudo, contra todos. Até o ministro Pedro Marques que eu sempre elogiei, parece ter perdido a competência. Que raiva!

         - Eu não distingo as acções terroristas e criminosas dos barbudos do Daesh das empreendidas por Putin, em Londres. Já não é a primeira vez que ex-espiões russos refugiados no Reino Unido, aparecem assassinados com produtos químicos. Há dias mais dois cidadãos, pai e filha, inalaram uma substância que os pôs à beira da morte. A senhora Theresa May mandou fazer um inquérito e buscas no bar onde o crime aconteceu. A conclusão não deixa margem para dúvidas: o tirano de Moscovo não olha a meios para liquidar os seus adversários. Não sei que efeito sobre Moscovo possa ter a expulsão de 23 diplomatas russos, de todo o modo é uma posição.

         - Ontem, nos balneários da piscina da vila, os idosos conversavam sobre doenças. Um dizia que tinha de tomar uma droga que lhe “tirava o tesão” para a próstata, outro era o colesterol demasiado alto, outro ainda a tensão. Um festival de decrepitude! Ocorrem-me estas palavras de Oscar Wilde: “Les jeunes gens veulent être fidèles et ne le peuvent pas, les vieillards veulent être infidèles et ne le peuvent pas.”

         - Esta tarde entreguei na Deco o dossier sobre o abuso e prepotência da nossa amantíssima Câmara de Palmela. O João Corregedor disse-me que eles têm advogados que se ocupam de defender os infelizes tiranizados pelas autarquias. De facto, disse-me a funcionária que me atendeu, no top dos protestos, estão as somas astronómicas que os munícipes pagam pela água.


         - Acabei de chegar da vernissage do Carlos Rocha Pinto na galeria Malangatana, a Santa Apolónia. Prazer de encontrar uma data de muitos amigos, alguns não via há anos.