Quarta
7.
Um
maduro, apesar de ter lugares à direita e à esquerda, optou por se sentar na
minha frente na grande mesa do Café da Casa. Foi como se ele me espiasse o
pensamento de tão próximo, como se através das minhas dúvidas, expressões
faciais, paragens reflexivas, lê-se o que eu não queria sendo propriedade da
gestação criativa, portanto, manta de hieróglifos. A sua presença, arruinou a
manhã de escrita, tendo-me obrigado a fugir.
- Quando tudo vai mal, socorro-me do
Diário de Julien Green.
- Em Ghouta, na Síria, os combates não
cessam. Nenhum dos beligerantes (quantos serão?) aceitou as tréguas impostas
unanimemente pela ONU. Os inocentes morrem às centenas, os que conseguem
escapar ao bombardeio, não ficam melhor – vivem como toupeiras debaixo da
terra. Esta é a obra dos americanos sob a batuta de Obama, Sarkosy e quejandos.
Não descansam enquanto não correrem com Bashar al-Assad. É disso que se ocupa a
União Europeia e o petit Chou-Chou. O
que se segue é idêntico ao que eles construíram no Iraque, na Líbia e em alguns
países africanos, isto é, mil vezes pior.
- O paraíso do Mágico: milhares de
idosos, com reformas miseráveis, o ano passado não puderam aviar as receitas médicas,
centenas nem se deslocou ao hospital ou à farmácia por falta de dinheiro para
os transportes que dizem ser muito caros.
- Chove como tem chovido desde há quase
duas semanas (os políticos sanguessuga e os apresentadores de televisão
marrecos, acrescentam “a esta parte”). Se algumas
barragens apresentam já um volume considerável de água, outras a Sul continuam aquém
do desejado – palavra do meteorologista Marcelo Rebelo de Sousa. Por mim,
vivendo no campo, não deixo de me congratular e já tenho o seu murmúrio continuo
a embalar os meus sonos e a sua maravilhosa sinfonia a encher as horas diurnas.