Sexta, 1 de Maio.
No Nepal, esse país de uma beleza
mística, habitado por um povo ilustre, quase uma semana depois do trágico
sismo, produzem-se milagres todos os dias. O hino à vida acontece sob os
escombros e o caos na forma de sobreviventes, alguns incólumes outros apenas
com pequenos ferimentos. Mas o número de
mortos e feridos é ainda incalculável.
- Hollande, pobre Hollande, promete mão rija com os soldados que
abusaram das crianças na República Centro-Africana. Li algures que uma delas, um
miúdo, tinha apenas nove anos. Sou contra todo o abuso, o sexo forçado, a exploração
de toda a ordem, mas ainda mais quando o explorador a faz trocando o serviço
por comida.
- Não sei que bicho me mordeu, sei que trabalhei duro todo o dia, hoje
dia do trabalhador. Em vez de fazer como milhões de escravos e estender-me na
espreguiçadeira, fiz duas sessões: uma de manhã pela fresca, outra à tarde sob
um calor abafado. Terminei com a roçadeira o jardim até ao meio-dia e à tarde
com a tondeuse - para utilizar o nome
francês que o Rodolfo usava para chatear o pai-, o relvado em torno da piscina. Todo
alagado de transpiração, pus-me debaixo do chuveiro, o coração ao largo, nesse
terreiro de gratidão pela energia, o entusiasmo, a força, que os deuses me
trouxeram inopinada e imerecidamente.
- Estendido no salão depois do banho, medi a tensão que há muito não
media: 12,6 – 7,5. Apesar do cansaço e do esforço, valores, digamos, decentes
de jeune homme.