sexta-feira, maio 01, 2015


Sexta, 1 de Maio.
No Nepal, esse país de uma beleza mística, habitado por um povo ilustre, quase uma semana depois do trágico sismo, produzem-se milagres todos os dias. O hino à vida acontece sob os escombros e o caos na forma de sobreviventes, alguns incólumes outros apenas com pequenos ferimentos.  Mas o número de mortos e feridos é ainda incalculável.

         - Hollande, pobre Hollande, promete mão rija com os soldados que abusaram das crianças na República Centro-Africana. Li algures que uma delas, um miúdo, tinha apenas nove anos. Sou contra todo o abuso, o sexo forçado, a exploração de toda a ordem, mas ainda mais quando o explorador a faz trocando o serviço por comida.

         - Não sei que bicho me mordeu, sei que trabalhei duro todo o dia, hoje dia do trabalhador. Em vez de fazer como milhões de escravos e estender-me na espreguiçadeira, fiz duas sessões: uma de manhã pela fresca, outra à tarde sob um calor abafado. Terminei com a roçadeira o jardim até ao meio-dia e à tarde com a tondeuse - para utilizar o nome francês que o Rodolfo usava para chatear o pai-, o relvado em torno da piscina. Todo alagado de transpiração, pus-me debaixo do chuveiro, o coração ao largo, nesse terreiro de gratidão pela energia, o entusiasmo, a força, que os deuses me trouxeram inopinada e imerecidamente.

         - Estendido no salão depois do banho, medi a tensão que há muito não media: 12,6 – 7,5. Apesar do cansaço e do esforço, valores, digamos, decentes de jeune homme.